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| | Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby | |
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Derp Avançado
Mensagens : 291 Menssagens : 1649 Data de inscrição : 31/12/2011 Localização : Na frente do PC
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| Assunto: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:27 pm | |
| Capítulo 1 –Entrelinhas do início de uma jornada.
Twinleaf Town. A pequena cidade localizada no interior de Sinnoh estava lindamente iluminada com o sol radiante que penetrava entre as espessas nuvens fazendo com que a neve deixada na noite passada derretesse aos poucos. O piado de Starlys ecoava ao longe anunciando o início de mais uma bela manhã naquela simples cidade, os pequenos pássaros escondiam-se em suas tocas pelo frio que ainda fazia, enquanto Budews abrigavam-se nas moitas ainda molhadas pelo orvalho.
É nessa pacata cidade que nossa história começa. Numa pequena casa ao leste morava um casal de famosos treinadores pokémon: Walter e Melyssa. O local era pequeno e bastante confortável, revestido de uma madeira nobre, elegantemente construída. A fumaça cinzenta era exalada da chaminé, mas nada que afetasse o ar puro que podia ser sentido em cidades rurais. Tudo muito bem elaborado, uma perfeita casa para aqueles que procuram o sossego e a paz do campo. Apesar de serem pessoas famosas, ambos preferiam uma vida simples nesta humilde, mas tão amada cidade.
Melyssa Wallers era uma das coordenadoras mais famosas de Sinnoh, tendo conquistado inúmeras vezes o grande festival em sua temporada. A moça tinha longos cabelos lisos e negros, assim como seus olhos, que definiam uma personalidade forte, mas ainda assim tão delicada quanto uma flor branca na escuridão da noite. Já Walter Wallers fora considerado o grande campeão da liga oficial de Sinnoh por ter defendido seu título por quase quatro anos consecutivos, ele era amigo de todos os membros da Elite dos 4, mas com o passar dos anos seu legado chegou ao fim, dando lugar para os treinadores novos que lutaram e seguiram seus sonhos de tornarem-se Mestres Pokémon. Walter agora era marcado pela idade, ele tinha cabelos castanhos com fios grisalhos, belos olhos verdes, também usava barba, o que o deixava com um ar charmoso. Ele era calmo e paciente, completando a personalidade de sua esposa agitada de sua esposa. Era um belo casal, um completava o outro.
Mas como toda família que se preze, Walter e Melyssa também tinham filhos, que por sinal eram dois, e para completar: gêmeos. Dois garotos com a mesma idade e personalidades muito distintas, Lukas e Luke. Porém, os jovens meninos não estavam em Twinleaf no momento. Ambos moraram os últimos meses na cidade de Jubilife com os avós, preparando-se na escola de treinadores. Luke era mais velho por três minutos, tinha o sonho de se tornar um renomado treinador Pokémon e seguir os passos de campeão dque seu pai trilhara; enquanto que seu irmão Lukas queria ser umTop Coordenador como a mãe. Os dois garotos tinham talento, eram de uma família nobre e de um sangue puro, e agora iriam voltar para casa após terem completado treze anos. Além disso, iriam comemorar uma data marcante, o início de suas jornadas por Sinnoh.
— Estou ansiosa para vê-los... — suspirou Melyssa que cortava alguns legumes próximo à pia da cozinha.
A mulher cozinhava algo especial para recepcionar os filhos, a cozinha era pequena, apetrechos modestos enfeitavam as estantes cobertas de livros de receitas e ingredientes especiais. Havia uma geladeira, um fogão e uma mesa com seis cadeiras. O marido, Walter, estava sentado na mesa ajudando a esposa fatiando cuidadosamente algumas batatas.
— Depois de tantos meses sem vê-los estou com saudades... Quero ver quem cresceu mais. — comentou o homem de cabelos castanhos, sorrindo ao falar.
Puderam-se ouvir algumas batidas na porta, a mulher correu para atender. Quem batia era uma bela garotinha de longos cabelos negros que também vestia um pequeno gorro e um cachecol pelo frio que fazia.
— Olá, senhorita Wallers. Meu nome é Dawn Manson. — disse a garota com um sorriso meigo — Sou assistente do Professor Rowan, da cidade de Sandgem.
— Oh, olá querida! — disse a mulher, surpresa ao ver alguém vindo de Sandgem — Por favor, entre!
A menina entrou educadamente tirando os sapatos, a bicicleta permaneceu encostada em frente ao jardim da casa. Ela sentou-se em um aconchegante sofá, acompanhada de Melyssa.
— Então, a que devo a visita de uma das assistentes do Professor Rowan? — perguntou Melyssa.
Dawn fez uma cara de desapontamento por um instante, o que deixou Melyssa confusa.
— Querida, quem era? — perguntou o esposo, indo até a sala.
— Sr. Wallers. — disse a garota levantando-se do sofá — Eu sou a Dawn.
Walter sorriu e cumprimentou-a, logo todos estavam na sala, mas havia um clima estranho. Dawn hesitava em falar algo, o que deixava Walter e Melyssa angustiados.
— Quer dizer-nos algo, querida? — perguntou Melyssa, com o intuito de acabar com aquilo.
— Alguma mensagem do Dr. Rowan? — indagou Walter.
— Err... — hesitou a garota novamente.
Dawn estava nervosa, ela tinha uma notícia e não era das melhores.
— São sobre os pokémons de seus filhos... — disse a garota olhando para o chão, tentando evitar os olhares das pessoas a sua frente.
— Aconteceu algo...? — perguntou Melyssa surpresa.
— Pra falar a verdade, sim... — respondeu Dawn, hesitando antes de falar cada palavra.
— Dawn... O que houve? — perguntou Walter.
— Vocês sabem... Estamos no auge da temporada de iniciantes. Ultimamente, muitos treinadores estão partindo em jornadas... — contou Dawn.
— Claro. — assentiu Melyssa — Todos tem grandes sonhos relacionados a pokémons. Até mesmo nossos filhos começarão suas jornadas esse ano.
— O que aconteceu foi... — continuou Dawn.
O suspense rodeou a sala. Walter e Melyssa a encaravam pois sabia que a garota não teria uma notícia muito boa. Em seus olhares era evidente a ansiedade, o nervosismo... Eles pareciam confusos.
— ...Sinto muito... — anunciou Dawn — Mas o Professor Rowan já não tem mais pokémons iniciais a oferecer.
Depois do desabafo da péssima notícia de Dawn, Melyssa arregolou os olhos e abriu sua boca em sinal de desgosto. Dawn os observava cautelosa. Um dos casais mais famosos de Sinnoh havia sido decepcionado, e a garota era a culpada no momento.
— NÃO! — disse Melyssa angustiada.
— Si-sinto muito! — choramingava Dawn.
A mulher andava de um lado para outro com as mãos na cabeça, o marido a observava calmamente.
— O que iremos fazer?! — interrogou Melyssa decepcionada.
— Não perca a paciência querida, tudo vai dar certo. — retrucou o esposo tentando manter a calma.
— Err... Então o recado está dado... Agora posso ir embora! — disse Dawn, saindo da casa vagarosamente.
— Espere aí mocinha!! — gritou Melyssa.
A garota parou pasma antes da porta e virou-se medonha, os olhos da Sra.Wallers estavam em chamas.
— Querida, tenha calma. A garota só veio anunciar essa notícia. — disse Walter — Tenho uma idéia. Você, garotinha, ficará e cuidará do almoço.
Walter apressou-se e pegou algumas pokébolas com marcas vibrantes dentro de uma gaveta na estante, ele estava apressado, logo agarrou a mão da esposa e correu para fora de casa, enquanto que Dawn continuava confusa ao lado da porta.
— Eu não sei cozinhar! — rebatia Dawn sem receber atenção.
— Nós iremos viajar por Sinnoh! Não se preocupe, pois não demoraremos muito! — disse Walter sacando uma pokébola e a arremessando-a. — Vai, Tropius!
Ao abrir, um raio branco foi desferido no ar, aos poucos tomou a forma de um fabuloso Tropius. Suas asas lembravam as folhas de bananeiras que balançavam com o vento, era um enorme dinossauro coberto de uma armadura de plantas. Embaixo de sua cabeça, bananas maduras exalavam um doce aroma no ar, aquelas que crescem apenas duas vezes ao ano, extremamente raras e saborosas.
— Wahhh! — gritou Dawn assustada ao deparar-se com uma criatura tão grande e rara no continente de Sinnoh.
— Viajar? — perguntava a esposa.
— Sim, mas será algo rápido. Sairemos à procura de bons Pokémon para nossos filhos! Conheço lugares fantásticos e pretendo capturar algo que os agradem. — explicou o marido.
— E eu?! — choramingava Dawn.
O casal subiu nas costas do Tropius sem dar atenção à pequena garota que parecia espantada. O pokémon levantou vôo abrindo suas grandes asas e com enormes rajadas de vento, alçou vôo.
— Nem pense em sair daí sem completar o almoço especial! — disse Melyssa acenando e rindo.
— O quê?! — dizia Dawn choramingando em indignação.
— Receba nossos filhos e invente uma boa história! Se você fizer algo errado, vai se arrepender para sempre mocinha!! — brincou a mulher — Sei que fará um bom trabalho Dawn!
— Aaaaaaaw... — Dawn não sabia o que falar.
— Até mais, querida! — despediu-se Walter.
Logo, o casal desapareceu acompanhado do grandioso Tropius, deixando Dawn sozinha na casa de pessoas que ela nunca tinha visto na vida. Por um lado havia sido um grande erro deixar um desconhecido tomar conta de sua casa, mas para a mente inocente de Dawn ela deveria fazer de tudo para agradar o casal, uma vez que eles eram muito famosos e a garota não gostaria de decepcioná-los em seu primeiro encontro.
— Ahhh... O que eu vou fazer? — pensava Dawn consigo mesmo enquanto entrava na casa.
A garota carregava uma bolsa e de dentro dela, um flash emanou colocando um belo Piplup para fora. Era o pequeno e inseparável parceiro de Dawn.
— Plup? — piou o Pokémon olhando para toda a casa, um pouco assustado.
— Piplup? Como você saiu? — perguntou Dawn.
— Pluuup! — piava o pokémon contente.
— Deixa pra lá...
A garota se jogou no sofá e encarou o teto por um tempo. Dawn não queria experimentar a fúria de Melyssa, mas isso não mudava o fato de que ela não sabia cozinhar. Ao seu lado estava Piplup, tentando consolar a amiga.
— E agora? O que eu vou fazer? — perguntava Dawn, para si própria. Ela não sabia se ria ou se estava indignada com o ocorrido. Mas no momento, ela somente precisava preocupar-se em aprender a cozinhar em uma hora.
Enquanto isso, os irmãos Lukas e Luke pedalavam ansiosos pela estrada rumo à Twinleaf. O vento corria entre as árvores da rota 202, mas a ansiedade pare rever os pais era maior que o vento congelante que rodeava Sinnoh nos últimos tempos.
— Ansioso Lukas? — perguntava Luke, indo a frente.
— Não muito... — respondeu o irmão calmamente.
— Eu estou cara! Quero escolher logo meu Turtwig e mostrar pro mundo que eu sou o melhor! E é claro, rever nossos pais, né... — revelou Luke, ofegante de tanto pedalar.
Os garotos iam rápido em suas bicicletas ansiosos para chegarem em casa, ver seus pais, descansarem, e depois partirem rumo a centenas de aventuras por toda Sinnoh.
Luke e Lukas corriam rumo a Twinleaf, Dawn lutava ao lado de Piplup para ler um livro de receitas e fazer um bom prato... Melyssa e Walter voavam por Sinnoh em busca de bons pokémons para os filhos...
Parece que uma nova aventura está prestes a se formar... Lukas e Luke... Como será que esses garotos começarão suas jornadas sem pokémons iniciais disponíveis? Muita coisa irá revelando-se aos poucos, mas a pergunta na boca de todos é bem simples... Quais pokémons Walter e Melyssa conseguirão capturar para seus filhos? E Dawn? Conseguirá fazer o almoço e não decepcionar a furiosa mãe, Melyssa? Tudo isso e muito mais, nos próximos capítulos! | |
| | | Derp Avançado
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| Assunto: Re: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:27 pm | |
| Capítulo 2 -Um almoço para os filhos dos campeões!!!
Dawn parecia eufórica procurando por livros que pudessem ajudá-la a preparar um bom prato para o almoço, mas não estava com muita sorte.
— Não é possível, não deve ser tão difícil cozinhar alguma coisa... Sempre vejo o professor cozinhando com tanta facilidade. — comentou Dawn, conversando com seu Piplup. Ela olhava os livros procurando algo que pudesse ser fácil, e ao mesmo tempo saboroso. Na mesa repousava um pequeno livro vermelho de receitas que aparentemente estava sendo usada por Melyssa há pouco tempo atrás.
— Olhe só Piplup, o que acha de "Batatas Gratinadas"? Vai ser este mesmo! — disse Dawn com um sorriso. A garota aproximou-se do fogão e começou o desafio de tentar ligar o equipamento, ela apertava os botões, mas nada ocorria, o que a obrigou a procurar algum livro que explicasse passo a passo como ligar um simples fogão. Seu pequeno pokémon aproximou-se de uma caixa que continha palitos de fósforos, e na sequência apontou para o fogão, Dawn percebera a tentativa do pokémon em ajudá-lo e logo seguiu seu conselho. Ela acendeu um dos palitos e assim que uma das bocas do fogão ligou com o fogo, ela abriu um grande sorriso. — Conseguimos passar da primeira fase Piplup!! Agora onde será que eu posso deixar o fogo mais forte? — perguntou a garota, apagando o fogão sem querer na sequência — Opa... Vamos voltar do começo então... Passado mais algum tempo ela já havia adquirido experiência em ligar o equipamento, a garota pegou o pequeno livro de receitas e então começou os devidos passos para a preparação do prato.
— “Unte um refratário com margarina...” O quê é um Refratário? Bom, vai essa panela estranha mesmo... "Em seguida corte as batatas em fatias..." “Disponha as fatias de batatas cozidas no refratário...” “Tempere o leite com o sal, pimenta, noz moscada e alecrim...” — suspirou Dawn, olhando para seu Piplup que agora a encarava sério — Onde vou achar essas coisas? — disse Dawn, observando um pequeno pote de vidro em uma das estantes — Hum, talvez esse potinho seja de sal...
— P-Pipluuuuuup!!! — gritou o pokémon.
— Não se preocupe Piplup, não vou colocar muito sal, eu sei o que estou fazendo. — disse Dawn colocando cinco colheres de açúcar nas batatas.
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Enquanto Dawn criava pratos “exóticos” para o almoço, Lukas e Luke passavam logo ao lado do misterioso Lake Verity. Os irmãos pararam suas bicicletas ao lado do lago e encararam a entrado do local por um momento, faziam várias anos que eles não iam àquele lago.
— Ei Lukas, se liga só! É aquele lago que costumávamos brincar quando éramos pequenos. — disse Luke, parando sua bicicleta próximo a uma árvore.
— É mesmo! Faz tanto tempo que não passamos por aqui. Vamos dar uma paradinha, não agüento mais pedalar. — respondeu o irmão um pouco cansado.
O Lago era um lugar extremamente belo, ainda mais agora coberto pela neve. Suas águas não podiam ser congeladas, e era possível ver o fundo. acompanhado da grande quantidade de criaturas que o habitavam. Goldeens balançavam suas caldas em movimentos suaves, e uma vez ou outra, um grande Seaking dava as caras, surgindo como um rei com toda sua pompa.
As árvores balançavam fracamente com a brisa gerada pelo vento, pinheiros cortavam o céu com seus longos galhos, e o chão era inteiramente coberto por várias pinhas. Aquele lugar era tão pacífico e místico que fazia as pessoas esquecerem de seus problemas. Os irmãos deram uma rápida pausa para ver como o lago estava, pois faziam anos que não passavam por lá. Eles passaram pelas alamedas que davam entrada para o lago e encontraram-no exatamente como era há muitos anos.
— Olhe só! Esse lago parecia tão grande quando éramos pequenos. — riu Lukas, olhando para as águas e lembrando-se de sua infância.
— Você que não cresceu, pivete. — brincou Luke.
— Somos do mesmo tamanho, não adianta tentar parecer melhor do que eu. — rebateu o irmão, dando início a uma discussão que foi interrompida no momento que os dois se deram conta da presença de um estranho homem. Ele observava uma caverna misteriosa que jazia no meio do lago, ele era muito alto e com músculos bem definidos, tinha cabelos azuis e um rosto marcado pelo tempo, mas com traços fortes, de quem já havia visto muita coisa nesse grande mundo. Ele vestia um elegante uniforme e mais parecia um soldado militar.
— Quem é esse cara? — perguntou Luke silenciosamente.
— Não sei, não lembro-me de seu rosto aqui na cidade... Parece que ele está falando algo... —respondeu Lukas na tentativa de ouvir o quê aquele estranho dizia.
O homem virou-se e foi em direção dos dois irmãos que ficaram observando-o.
— Peço-lhes licença... — disse o homem com sua voz grave.
Os dois garotos abriram espaço, permitindo que o homem passasse.
— Que homem estranho... — comentou Lukas tentando entender o motivo de aquele homem estar lá.
— Ah, deixa quieto cara, quero ver se minha marca na árvore dos Starlys ainda tá lá! — disse Luke correndo.
— Não antes de mim! — falou o irmão correndo a frente.
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— "Espalhe pedacinhos de margarina sobre as batatas..." "Polvilhe queijo ralado e coloque no forno, até ficarem douradas..." Sim, já fizemos tudo isso, mas... Será que era para as batatas ficarem tão pretas...? Hum, deve ser pra dar um gosto melhor... — disse Dawn satisfeita com o que tinha feito.
— Pip... Lup... — respondeu Piplup em gesto de decepção.
— Piplup, acho que vou deixar as batatas no forno e sair... Já acabei o almoço então acho que não haverá problemas se eu ir embora. Vou sair antes que eles voltem. Eu não imaginava que eles fossem tão estranhos, aposto que seus filhos não devem ser nada diferentes... — disse Dawn saindo da casa e pegando sua bicicleta.
Dawn e Piplup estavam a caminho de Sandgem com sua bicicleta deixando aos poucos a cidade de Twinleaf para trás. Pouco a pouco, a casa dos Wallers ia desaparecendo de vista, deixando somente a fraca fumaça cinza que era exalada da chaminé. Quando de repente, Dawn colocou a mão em seu bolso e notou a falta de alguma coisa.
— Essa não, Piplup! Minha pokéagenda sumiu!! Será que eu deixei ela na casa? — disse Dawn preocupada, virando-se e encontrando uma placa que indicava: Lake Verity. — De repente ela caiu próximo ao lago quando fomos procurar os pokémons para o Professor! Ele vai ficar irado se não a encontrarmos, vamos aqui primeiro, está mais perto.
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Lukas e Luke corriam olhando tudo exatamente como era, a floresta parecia ter ficado parada no tempo enquanto os anos passavam. Luke olhou para frente e se deparou com um grande pinheiro muito antigo, talvez mais antigo do que a própria vila, uma gigantesca árvore que guardava lembranças para muitas pessoas especialmente aqueles dois jovens que agora a encarava. Luke andou em direção do pinheiro quando percebeu que havia pisado em algo e rapidamente levantou o pé para ver o que havia atingido.
— Argh! Pisei em alguma coisa que não podia... — disse Luke ao ouvir algo trincar debaixo de seus pés — Ah, pensei que fosse alguma coisa importante... Olha só! Parece um... Celular. — disse Luke levantando um estranho objeto enquanto ria.
— Não é um celular, era uma pokéagenda! E você quebrou o aparelho!! Parecia novinho... E se o dono vier buscar?? — disse Lukas preocupado — Você deve prestar mais atenção por onde anda, Luke!
— Deixe isso aí! — riu o garoto— Ninguém vai perceber.
— Seu desastrado... — disse Lukas largando o objeto — Se o dono vier buscar vou falar que foi você...
Luke andou até o pinheiro e começou a checá-lo.
— Ahá!! Aqui, o buraco feito pelos Starlys! Será que minhas “pedras raras” ainda estão aqui? — disse Luke animado, colocando a mão dentro do buraco no tronco, mas antes que o jovem pudesse olhar melhor um bando de Starlys saíram e começaram a atacá-lo.
Eram milhares de aves dominadas pela raiva, e o pior, Starlys andam em bandos. Quase não podem ser notados quando sozinhos, e apesar de pequenos, batiam suas asas com muita força e bicavam com raiva.
— Auugh!! Lukas, ajuda aí carai!! — disse Luke, gritando com o irmão.
— Huh?! Mas fazer o que Meu Arceus?? — gritava Lukas desesperado.
Dawn estava chegando lentamente no lago quando pôde ouvir os gritos dos irmãos.
— Piplup, você está ouvindo isso? Alguém está em perigo! Temos que ajudar! — disse ela, rapidamente entrando nas alamedas do lago.
Ao aproximar-se do local ela pôde ver os irmãos gêmeos lutando consigo próprios em vez de se unirem e fugirem dos Starlys. Os dois pareciam confusos e certamente não sabiam agir em equipe.
— Lukas!! Faça alguma coisa sem ser bater em minha cabeça!! — gritava Luke tentando espantar os Starlys.
— O que quer que eu faça?! O que quer que faça? — dizia Lukas tentando acalmar o irmão.
— Piplup! Utilize o Bubble e espante esses Starlys! — ordenou Dawn. Na sequência, o pokémon lançou rápidas bolhas que atordoaram os Starlys espantando-os.
— Ei! Vocês estão bem?... ‘crack’ — dizia Dawn correndo em direção a Luke que estava caído no chão, até perceber que também pisara em algo — Minha... Minha Pokéagenda!!! — gritou ela pensando que havia destruído o aparelho.
Lukas aproximou-se do irmão e ajudou-o a levantar.
— Ei Luke, olha, eu disse que o dono iria voltar e buscar. Conte para ela que você que quebrou o aparelho.
— ‘Cê tá louco? Ela vai ficar mó brava! Só vou agradecer... — disse Luke andando em direção de Dawn que estava caída no chão com os destroços de sua pokéagenda — Ow, valeu por nos ajudar a espantar os passarinhos...
— Seja educado! — continuou Lukas dando uma fraca cotovelada no irmão.
— Ah... Hum... Eu sou Luke, esse aqui é o Lukas. Será que você, não gostaria de almoçar em nossa casa? Meu pai pode te ajudar a consertar essa bagaça...
Dawn olhou para Luke e enxugou os olhos. Ela não podia voltar para o laboratório com a pokéagenda quebrada e então decidiu aceitar o convite dos garotos.
— Hum, não foi nada... Vocês não sabem que não podem ir para a grama alta sem pokémons? É perigoso. — disse Dawn um pouco recuperada.
— Ah... P-perdoe os p-problemas que causamos. — gaguejou Lukas.
— Heh... Não precisa ficar sem graça, vocês não fizeram nada de errado. — riu a garota.
— Liga não, ele não consegue falar direito com mulher. Fica trocando e repetindo palavras, é mó engraçado. — contou Luke.
— Ah! Obrigado por acabar com a minha reputação Luke, agora estou tão sem graça que nem sei mais o que falar... — disse Lukas corado.
— Heh, heh! Não tem problemas, é normal para garotos da sua idade não saberem como lidar com garotas. Eu até acho isso uma graça. — disse Dawn, deixando Lukas ainda mais vermelho.
— Quantos anos você tem? — perguntou Luke.
— Tenho quinze. Mas também não entendo muito essas coisas de meninos e meninas, nunca fui muito de sair de casa, e não conheço muitas pessoas de fora. — explicou a garota.
— P-Perdoe o alvoroço que causamos, não vai acontecer de novo. Meu irmão só queria pegar os “artefatos” dele, então acabou assustando os Starlys. — desculpou-se Lukas.
— Ei! São mais que artefatos cara!! São fósseis pokémon ainda não descobertos! Um dia vou me tornar um poderoso treinador com vários pokémons ancestrais! — respondeu Luke, pegando pequenas pedrinhas com desenhos no buraco da árvore e guardando-as na mochila — Elas tem um valor emocional muito grande pra mim, tá ligado pivete?
— Pivete? Mas vocês não são gêmeos? — perguntou Dawn, reparando na extrema semelhança entre ambos.
— Sou três minutos mais velho que ele, e isso me dá poder. — riu Luke.
— Acho que esses três minutos te deram uma mente um pouco retardada. — murmurou Lukas.
— O que disse pivete?! — perguntou o irmão alterado.
— Esquece, Esquece... — respondeu Lukas sem dar atenção.
— Heh, heh... Vocês dois são engraçados! — riu a garota.
Os três nem andavam em suas bicicletas enquanto faziam o caminho de volta para casa, eles conversavam calmamente, evitando a grama alta para não se encontrarem com Bidoofs ou mais Starlys, e em pouco tempo já haviam chegado à Twinleaf. Dawn parecia preocupada ao perceber que acabou voltando para próximo da casa dos Wallers, o que a obrigou a interromper a caminhada para que pudesse voltar para sua casa em Sandgem.
— O que houve Dawn? Você parece nervosa... — comentou Lukas.
A garota sempre mantinha os olhos no chão. Ela ainda estava preocupada com o almoço deixado na casa dos Wallers, e nem imaginava que estava com os filhos deles.
— Não é nada, mas será que não podíamos passar um pouco mais longe daquela casa?
— Mas aquela é nossa casa... — riu Lukas.
Dawn parecia petrificada, seria o destino ou simplesmente o azar? Ela havia se encontrado com os próprios filhos de Walter e Melyssa, e agora precisava sair de lá imediatamente.
— Sério?? Nossa, que estranho, tenho que ir!! Que pena, lembrei de um compromisso! Vou ter que ir agora MESMO! — disse Dawn suando frio.
Porém, antes que a garota pudesse sair, o sol fora tampado. Um grande Tropius surgia, eram Walter e Melyssa voltando. A criatura fez um pouso triunfal, Walter descia como um verdadeiro campeão ao lado de sua esposa. Mas toda essa magia foi quebrada quando Melyssa avistou seus filhos e pulou em seus braços.
— Luke!! Lukas!! Como vocês cresceram!! Estão tão bonitos!! Abatian* cuidou de vocês? Como foram de viagem?? Luke você está machucado! Lukas você está lindo!! O que aconteceu? Digam-me tudo! — dizia a mãe super animada.
— Deixe-me vê-los também Melyssa! Como vocês estão fortes! Estão prontos para capturar pokémons, filhos?
— Aaaaaaaah!!! — gritava Dawn desesperada enquanto corria de um lado para outro.
— Dawn! Que bom que fez uma recepção! Você até mesmo foi receber nossos filhos antes de chegarem! — disse Walter contente.
— Dawn, você conhece nossos pais? — perguntou Luke.
— Err... Digamos que sim... — disse a garota acalmando-se.
— Vamos entrar! — convidou Mellysa — Dawn fez um almoço fabuloso!
— F-Fabuloso? — murmurou ela.
— EBA! — gritaram Lukas e Luke juntos.
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Todos sentaram-se em seus devidos lugares. O prato de Dawn estava servido no centro da mesa em que havia um prato branco com um contraste exacerbado criado pelas batatas, levemente torradas. Todos olhavam de canto para o prato, Dawn olhava para baixo forçando um sorriso sem graça.
— Desculpem... — murmurou Dawn. Seus olhos estavam úmidos, a garota se continha para não deixar que lágrimas escorressem. Lukas e Luke então comeram um pedaço, mas a cara que Luke fizera fora péssima.
— Argh! Isso tá hórriv... — gritou Luke, mas o irmão foi interrompido por mais uma cotovelado do irmão — Ai, por quê 'cê me cutucou mano?!
— Seja educado! Ela é uma dama, não diga isso da comida dela. — cochichou Lukas — Err... Está bom Dawn, parece marrom glacê. — sorriu o garoto.
— Marrom glacê? — perguntou Dawn, não fazendo idéia do erro que cometera trocando sal por açúcar — Mas...
— Realmente, está muito bom... — comentouWalter com um sorriso, não querendo magoar a menina.
— Bom trabalho, Dawn! — parabenizou Melyssa.
Somente Luke olhava contrariado, ele não entendia o porquê de todos fazerem aquilo, mas por algum motivo sentiu que deveria fazer o mesmo.
— É... Não está tão ruim... — falou Luke com um sorriso forçado.
Todos riram e Dawn enxugou as lágrimas estampando um lindo sorriso na seqüência enquanto eles gargalhavam sobre a longa mesa. O resto do dia passou rápido, todos alternavam entre assuntos sobre pokémons e conversas paralelas. Dawn contava sobre suas experiências ao lado do renomado professor Rowan, enquanto Lukas e Luke brigavam para ver quem contava mais glórias... Melyssa e Walter escutavam atentos todas as histórias de seus filhos.
O sol ia descendo, deixando o céu com um tom laranja intenso. Os Starlys já voavam de volta para seus ninhos e Bidoofs corriam para suas tocas. O dia ia se encerrando, e a visita de Dawn também.
— Foi ótimo almoçar com vocês! Obrigado senhor e senhora Wallers! — dizia a garota tomando a cela da bicicleta.
— Seja sempre bem vinda, mocinha! — falava Walter acenando contente.
— Heh... Foi um almoço digamos que... doce! — riu Melyssa.
— Até mais Dawn! E obrigado por tudo! — falou Lukas seguido do irmão.
— E desculpem-me por tudo. Foi um grande prazer estar com vocês!
Dawn então deu o último aceno e partiu rumo a sua casa em Sandgem, mas antes ela deu uma paradinha e gritou:
— Não se esqueçam de passar no laboratório para pegarem suas pokéagendas! — gritou ela tornando a pedalar. Lukas e Luke sorriram lembrando que o dia seguinte seria o grande dia.
— Vamos pegar nossos primeiros pokémons Luke! — falou Lukas contente.
Os pais ficaram meio sem graça, mas juntaram as mãos e se entreolharam contentes. Eles sabiam que tinham capturado os pokémons certos para seus filhos. A família então entrou. Lukas e Luke continuavam a contar detalhadamente tudo que aconteceu durante o período na escola. Luke continuou reclamando do almoço de Dawn e de como já não gostara daquela menina, enquanto Lukas teimava em dizer que o almoço estava bom.
A noite caiu silenciosa. As estrelas brilhavam como se soubessem o futuro dos pequenos heróis, mas o céu estava um pouco nublado graças ao frio que fizera o dia todo, a lua iluminava tudo intensamente, podia-se ver as sombras dos Murkrows, que se moviam-se rapidamente, e ora ou outra, um penetrante olhar surgia entre a escuridão.
Os corvos voavam ao longe fazendo sombra a luz da grande lua. O vento soprava fraco dando ouvidos aos sussurros que apenas a noite nos trás fazendo os galhos das árvores balançarem. Era noite em Twinleaf Town.Somente mais uma noite de tempos estranhos que vinham rondando Sinnoh nos últimos meses...
— O sonho de se tornar um mestre Pokémon começa amanhã cara... — murmurou Luke deitado na cama de cima do beliche.
— Top Coordenador... É isso que eu vou ser! — cochichava Lukas para si próprio.
Walter e Melyssa observavam cautelosos pela brecha deixada na porta, o casal permanecia abraçado observando os filhos dormindo.
— Como cresceram... — comentou Walter.
— Estão bonitos como você... — respondeu Melyssa. Walter riu, mas voltou a ficar sério por um momento.
— Só me pergunto se fizemos a escolha certa... — comentou o homem ao tirar uma pokébola do bolso, ele olhava intrigado para ela. Melyssa tirou outra pokébola de dentro do bolso de seu avental. Ambos olhavam expressivamente preocupados para as cápsulas que no dia seguinte, já não seriam mais deles. A dúvida tomava sua mente: Teriam eles feito a escolha certa?
Lukas e Luke, as personalidades distintas começaram a ser reveladas. Com o cair da noite o início de suas jornadas está bem próximo, exatamente a um amanhecer de distância... E no fim de tudo Dawn acabou por não decepcionar a todos com seu almoço. Um novo amanhecer trará muitas inovações... Uma nova aventura... Novos treinadores e novos rumos... Uma nova busca pelo sonho de cada um. | |
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| Assunto: Re: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:28 pm | |
| Capítulo 3 - O primeiro Pokémon a gente nunca esquece!
O vento corria frio durante a noite. Twinleaf estava mais calma do que nunca... Os irmãos dormiam encolhidos e embrulhados na tentativa de driblar o frio exacerbado que rondava o continente nos últimos tempos. Mas eles já não estavam em Sinnoh... Ambos haviam viajado para o mundo dos sonhos, um lugar onde tudo pode acontecer...
— Onde estou? — perguntava Luke.
O garoto estava entre árvores, num lugar bem familiar. Seu reflexo transparecia nas águas límpidas de um lago. Uma densa névoa tomava conta do lugar deixando-o difícil de reconhecer.
— É o Lake Verity! — exclamou Lukas que também estava ali.
Luke virou-se confuso para ver o irmão e fez um sinal de desgosto ao perceber a presença do irmão em seu sonho.
— Nem nos meus sonhos você me deixa em paz cara? O que tá fazendo aqui mano?
— Seu sonho? Eu que pergunto o que você faz aqui! — rebateu o irmão.
A discussão foi desfeita quando ouviram algo às margens. Era um homem de cabelos azulados, e estava de costas para os irmãos,
— Não é aquele cara que vimos no lago? — perguntou Luke.
— Sim, é ele! — afirmou Lukas.
O homem parecia dizer algo, e dessa vez, Lukas e Luke puderam ouvir as palavras:
— O tempo flui... O espaço em expansão... Farei tudo o meu um dia... Cyrus é o meu nome. Lembre-se... Até então, durma enquanto você pode, Pokémon lendário do leito do lago... — sussurrou o homem, virando-se para os garotos.
Luke e Lukas se assustaram. O homem carregava um semblante alternado entre tristeza e indignação. Ele caminhou até os irmãos, que deram passadas assustadas para trás parando logo em frente de ambos.
— Com licença... Deixe-me passar...
Os garotos abriram alas, e o homem passou. Depois de desaparecer nas alamedas do lago, Lukas e Luke se entreolharam desconfiados.
— Cyrus? O nome dele é Cyrus? — perguntou Luke.
— Foi o que ele disse... — falou Lukas — Mas o que ele quis dizer com Lendário Pokémon do lago?
A água que permanecia imóvel às margens se moveu calmamente, algo parecia surgir lentamente sob as águas, mas devido a névoa era impossível de decifrar o que era. Eles apenas tinham certeza que tratava-se de um Pokémon que lembrava uma fada e flutuava com suavidade. Seus olhos brilhavam como se também estivesse curioso para saber o quê o observava. Era possível ver que possuía duas caudas e nelas brilhavam duas lindas pedras, mas aquela que estava em sua testa exalava uma beleza incomparável. Parecia vermelha, como um rubi lapidado por deuses, ou uma Ametista levando-os à alta da consciência. Algo podia ser sentido enquanto os irmãos observavam a criatura, eles pareciam sentir tristeza e dor, mas mesmo assim uma enorme alegria. Era Mesprit, a essência da emoção.
— Esse é o lendário... — dizia Luke boquiaberto.
— ...Pokémon do Lago? — completou Lukas.
— Mes...Priiit! — grunhiu o Pokémon.
Tudo então ficou escuro... Os dois já não estavam mais lá. A escuridão também se dissipava dando lugar a uma fraca luz. Os garotos despertavam devagar quando se deram conta da luz fraca do sol que penetrava entre as percianas do quarto, o frio foi amenizado, e eles se levantaram eufóricos lembrando de tudo que os esperava.
— É hoje! — gritaram os dois juntos.
— Não vejo a hora de pegar meu Chimchar! — exclamou Lukas pulando da cama.
— O Turtwig é meu! — gritou Luke.
Enquanto isso, Walter e Melyssa aguardavam no andar de baixo. Ambos sentados a mesa, com o queixo depositado nas mãos. Suas faces expressavam preocupação.
— Tenho medo de decepcioná-los... — dizia a mãe.
— Nem me fale... — disse o pai.
As pokébolas permaneciam no centro da mesa. Só Walter e Melyssa sabiam os pokémons que ali estavam depositados. Porém não eram pokébolas normais, uma delas carregava listras de diversos tons de verde, conhecida como Nest Ball, já a outra era escura como a noite e tinha detalhes vermelhos com partes verde escuros e melhor trabalhados, esta era a Dusk Ball.
Luke e o irmão trocaram seus pijamas por suas roupas de jornada. Lukas vestiu uma camiseta branca, com um colete preto e sem mangas por cima. Ele usava uma calça jeans e sapatos vermelhos, que eram presentes de seu amado avô em Jubilife. Por último, rodeou um cachecol vermelho no pescoço e posicionou sua boina sobre o cabelo negro.
Luke preferiu uma camisa vermelha, coberta por um elegante casaco azul feito de um tecido de ótima qualidade. Suas calças eram escuras e seus sapatos azulados, um pouco gastos pelo tempo, mas que ainda ficavam bonito em seu corpo. Ele colocou uma boina semelhante a do irmão, porém mais escura, era uma marca de ambos. E por fim, deu um nó no pescoço com um cachecol branco costurado pela avó com tanto carinho, um pouco surrado, pelo fato de Luke sempre estar se metendo em confusões.
Eles se olharam no espelho por um instante e se entreolharam.
— Boa sorte Luke... — falou Lukas com um sorriso — Sei que se tornará o melhor treinador Pokémon de Sinnoh!
— Valeu maninho... — agradeceu Luke com um raro sorriso — Vou estar ao seu lado quando você se tornar um Top Coordenador!
— Obrigado... Mas não me chama de maninho, temos a mesma idade!
— Nem. Sou três minutos mais velho! — brincou ele.
— Só três minutos... O que não significa nada... — Lukas riu e na sequência olhou por um momento para o espelho lembrando-se de algo, retornando a falar. — Nossa, tive um sonho tão estranho essa noite.
— Sério? — indagou o irmão assustado. — Você também teve um sonho?
— Sim, no Lake Verity, vimos o homem de ontem que estava no lago, e um Pokémon que eu nunca havia visto antes. — explicou Lukas, ajeitando sua boina no espelho.
— Não pode ser... O mesmo sonho que tive... — comentou Luke, sendo interrompido por sua mãe que os chamava incansavelmente para descerem.
— Crianças! Não vão descer? — gritou a mãe.
Os garotos se olhavam intrigados, mas desceram as escadas para o encontro da mãe. Nem passava por suas cabeças a surpresa que teriam. Ou talvez... Uma grande decepção.
Os dois chegaram à cozinha e sentaram-se. Os pais ainda expressavam preocupação. Luke devorara o café com pressa. Haviam pães que haviam acabado de sair de forno, manteiga, queijo, mortadelas, leite, iogurtes... Uma mesa muito bem decorada, afinal, seria uma das poucas vezes que os pais estariam tomando café junto aos filhos. Sem contar um pequeno prato embrulhado em um canto remoto da cozinha: O lendário prato das batatas gratinadas queimadas.
— Pra quê tanta pressa? — perguntou a mãe com um sorriso enquanto passava a mão nos cabelos negros de Lukas.
— Se chegarmos tarde a Sandgem, não poderemos escolher nossos pokémons! — retrucou Luke de boca cheia.
— Não poderia terminar de comer antes de falar? Você é muito sem educação. — riu Lukas em um tom irônico.
— Não me enche! — retrucou o irmão abocanhando um sanduíche inteiro.
Alguns minutos se passaram e o café da manhã havia terminado. Todos ainda estavam na mesa quando Lukas olhou para o centro e percebeu as duas pokébolas que chamavam muita atenção por seu design diferente.
— São suas? Elas possuem uns desenhos bem legais. — perguntou o filho para o pai.
O momento havia chegado... Walter e Melyssa se levantaram e observavam o nada por um momento. Assim como Dawn havia hesitado, eles hesitavam antes de dar a notícia para os filhos... Mas não havia mais nada a se fazer.
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Dawn descansava em sua casa, em Sandgem. A garota permanecia deitada na cama com uma doce camisola vermelha em branca, apoiando a nuca na palma das mãos. O pinguinzinho azul, Piplup, estava deitado ao seu lado.
— Será que eles já entregaram os pokémons?
— Plup..pi-plup... — piou o Pokémon.
— Só espero que não fiquem chateados... Queria ser uma Butterfree para voar até lá e observar tudo... Mas não posso fazer nada... Tenho certeza que o senhor e a senhora Wallers capturaram pokémons fantásticos!
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— O quê?!!! — exclamaram os irmãos juntos.
— Sentimos muito, queridos... — desculpou-se a mãe.
A noticia havia sido dada. Luke e Lukas pareciam não acreditar, seus olhos e bocas estavam arregalados, mas os pais estavam ainda mais tristes pela decepção dos filhos.
— Quer dizer que ficaremos sem pokémons?! — perguntou Luke furioso.
— Não é bem assim... — respondeu o pai.
— O que faremos então? — perguntou Lukas mais calmo, porém ainda assim chateado — Todos meus amigos vão começar suas jornadas, como vou encará-los quando eles souberem que não tenho Pokémon?
O pai arremessou as pokébolas para os filhos que pegaram com um rápido reflexo, eles observaram cautelosos sem entender nada.
— São seus pokémons — explicou a mãe.
— Nossos...? Pokémons...? — murmurou Lukas.
— Eu e seu pai recebemos a noticia de que o Professor Rowan não teria mais pokémons para entregar a iniciantes...
— Então não tivemos outra alternativa, a não ser capturar pokémons para entregar a vocês...Viajamos por Sinnoh em busca de bons pokémons... Só não queríamos deixar vocês tristes...
— Então estamos aqui, entregando seus pokémons iniciais. — sorriu a mãe.
Lukas e Luke se entreolharam e riram. Os dois correram e abraçaram seus pais. Walter e Melyssa ficaram surpresos. A mãe se emocionou e abraçou os filhos com mais força. O pai riu contente e completou um caloroso abraço de família.
— Filhos... — dizia a mãe tentando conter o choro.
— Papai... Mamãe... Muito obrigado! — disse Lukas.
— Sem vocês estaríamos confusos e sem pokémons. — falou Luke — Não importa que pokémons sejam... Sabemos que vocês fizeram a escolha certa...
Walter pegou a Nest Ball e entregou-a para Luke, assim como Melyssa entregou a Dusk Ball para Lukas. Os dois não conseguiam nem parar quietos, era grande a ansiedade para ver os pokémons. Os dois tinham um sorriso que não cabia em seus rostos.
— Cara, eu vou ver meu pokémon primeiro! Pokébola, vai! — disse Luke jogando o pequeno objeto.
De dentro da cápsula surgiu um doce esquilo azul, era a criatura mais fofa que se pode imaginar, tinha bochechas rechonchudas amarelas e uma grande cauda que permanecia empinada.
— Eu o peguei no vale dos moinhos, perto de Floaroma — contou Melyssa — Ele carregava uma fruta em suas mãos e olhava para todos confuso, mas é uma gracinha.
— Olha só, é um Pachirisu! Cara, que maneiro! — disse Luke animado — Ok, chega mais bichinho, a gente vai ser os melhores treinadores do mundo, demorô?
— Pachi...? Pachiiiiii...... — grunhiu o pokémon ao olhar Luke, e assim, começando a chorar.
— A-Ah! O que eu faço?? — perguntava Luke assustado.
— Espere, espere! — disse Lukas indo em direção ao esquilo e pegando-o no colo. — Não tenha medo!
O pokémon parou de chorar na hora, e por um momento ficou fitando Lukas, que sorriu. O esquilo sorriu e abraçou o menino ainda mais.
— Hah, hah! Parece que ele gostou de você, Lukas! Anda logo, quero ver o seu. Aposto que não é melhor que meu Pachirisu! — retrucou Luke.
— Tudo bem. — disse Lukas colocando Pachirisu no sofá — Pokébola vai!
Assim que Lukas jogou a Dusk Ball, por questão de milésimos pareceu que uma enorme escuridão havia tomado a casa. Era um pequeno dragãozinho que parecia mal encarado, estava sempre bravo. Walter disse que o encontrou em uma pequena toca em cavernas escuras, eles costumam fazer tocas em locais quentes, logo sua pele era dura como a de um dragão adulto. Seus olhos brilhavam intensamente e pareciam encarar Lukas com certa desconfiança. Parecia um tubarão martelo em terra firme com grandes dentes prontos para atacarem.
— Nossa! Que pokémon bonitinho! — disse Lukas abraçando o dragão.
— Gibleeee... NHAC!
O pokémou saltou rapidamente na cabeça de Lukas e mordeu-a com força, o menino sacudia o pokémon na tentativa de livrar-se do mesmo.
— AII!!! Tira ele da minha cabeça!! Tira ele! — gritava Lukas com o pokémon preso em sua cabeça.
— Que style manooo! Calma aí cara! — disse Luke tirando o pokémon da cabeça de seu irmão — Heh, heh! Ele é muito forte! — sorriuo garoto com os olhos a cintilar pelo dragãozinho.
Os pais davam risada, parecia que tinham acertado nos pokémons, porém Pachirisu permanecia a chorar quando ficava no colo de Luke, e Gible continuava mordendo a cabeça de Lukas.
— Hum, o Pachirisu realmente gosta do Lukas. Eles formam a dupla perfeita! — disse Melyssa.
— Já o Gible parece não gostar do Lukas, ele parece ter mais respeito por Luke. — continuou Walter.
Os dois irmãos continuavam a tentar dominar os pokémons, mas a tentativa continuava em vão. Gible pulava e devorava qualquer coisa que encontrasse, inclusive as batatas queimadas. Pachirisu chorava de um modo insuportável que parecia perturbar todos da vizinhança menos aos pais.
— Venha aqui Pachiriu, eu cuido de você um pouquinho... — disse Lukas, fazendo o esquilo parar de chorar.
— Gible! Venha aqui, agora! É preciso eu, pra tomar ordens nessa casa?? — ordenou Luke.
Walter observou os dois por um tempo até que teve uma grande idéia.
— E se vocês trocassem de pokémons? — sugeriu.
— É uma boa idéia! Parece que um controla melhor o outro! Acho que erramos desta vez querido. — riu Melyssa.
Luke e Lukas olharam os pokémons que agora estavam se comportando perfeitamente. Parecia que um adquirira mais respeito com outro. E assim, concordaram realizando troca. Deixando o Gible nas mãos de Luke, e Pachirisu sob proteção de Lukas.
— É bom você cuidar bem do Gible! — brincou Lukas.
— Pode deixar! Eu e o Gible vamos ser os melhores! Você que vai ter que tomar conta do Pachirisu! — respondeu Luke.
— Vou sim. Ele vai ser o maior astro dos contests!
Os irmãos já estavam no jardim, com as mochilas nas costas, as bicicletas prontas e os pokémons nas pokébolas. O sol estava a pino, mas a brisa gelada ainda percorria entre os cachecóis de Luke e Lukas. A mãe já enxugava algumas lágrimas, enquanto o pai observava orgulhoso os filhos. Era hora da despedida.
— Vamos sentir saudades papai! — falou Lukas.
— Nós também filho... — riu o pai.
— Se cuidem queridos. — advertiu a mãe — Escovem os dentes, comam na hora certa, não briguem... — Luke e Lukas riam ao ouvir sempre as mesmas coisas vindas de sua mãe — ...Sejam educados com as pessoas e não passem muitos dias com a mesma cueca!
— Mãe! — gritaram os garotos envergonhados. Melyssa e Walter agora riam.
— Sei que serão os melhores! — disse Walter.
— Cuidem de seus pokémon com amor, essa é a chave para o sucesso! — explicou a mãe.
Os garotos então subiram em suas bicicletas, com o intuito de deixar o conforto de casa para trás. A animação era evidente, isso deixou os pais tranqüilos, os pokémons satisfizeram os garotos, mesmo que não de primeiro encontro.
— Quando chegarem em Sandgem deixem um abraço pra Dawn e para o Professor Rowan! — disse Walter.
— Ele lhes dará a pokéagenda, um item fundamental. — completou a mãe.
— Nós sabemos disso mãe... — disse Luke.
— Mantenham contato! — falou a mãe.
— Não se esqueçam de nós! — disse o pai.
Os garotos riram, e começaram a pedalar. Os pais continuavam a acenar, enquanto os filhos desapareciam da vista.
— Até mais! — disseram Luke e Lukas antes de partir.
— Mal chegaram e já foram embora... — disse a mãe voltando a chorar.
— Eles vão voltar... E quando voltarem... Serão os melhores... — concluiu Walter.
A missão agora era chegar em Sandgem. Não demoraria muito, pois eles só tinham que passar pela rota 201. O vento corria passando entre os dentes arregalados num sorriso de euforia. A floresta conífera margeava a estrada. Bidoofs observavam cautelosos enquanto os irmãos passavam.
A aventura se iniciou. Um futuro desconhecido repleto de ação e aventura espera os dois irmãos. Gible e Pachirisu... Pokémons nem tão comuns para iniciantes. Conseguirão eles cumprir seus objetivos e realizar seus sonhos? Dar-se-ão bem com seus treinadores? Se saírão bem em batalhas de GYM e contests? Tudo e muito mais nos próximos capítulos. | |
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| Assunto: Re: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:29 pm | |
| Capítulo 4 - Surge o Team Galactic: Batalha pela Pokéagenda!
Lukas e Luke pedalavam velozes pela rota 201. O objetivo era chegar em Sandgem para receberem suas pokéagendas do renomado professor Rowan. Pokémons pulavam entre a grama alta, mas não ousavam atravessar a frente das furiosas bicicletas dos irmãos. Apesar da brisa ainda correr fria pelas correntes de vento, os dois jovens pareciam nem sentir, a adrenalina era grande e estavam muito ansiosos para receber suas pokéagendas e iniciar suas jornadas.
— Podemos visitar a Dawn. Ela iria ficar feliz. — comentou Lukas enquanto pedalava.
— Não! Aquela menina não!! — retrucou o irmão — Vamos pegar nossas pokéagendas e depois ir direto pra Oreburgh!
— Deixe de ser ignorante Luke. Ela é nossa amiga, vamos visitá-la! — rosnou Lukas em sinal de desprezo — Quem você pensa que é para ditar as regras?
— Seu irmão mais velho! — disse Luke com um sorriso de superioridade.
— Eu vou visitar a Dawn, faça o que você quiser.
— A mãe e o pai disseram para não nos separarmos!
— Humph! Então venha comigo!
Lukas pedalou mais rápido, passando do irmão, deixando-o ainda mais irado, agora eles estavam perto de Sandgem, e já não pedalariam muito para chegar à cidade.
Enquanto isso, Dawn almoçava em sua pequena casa. A garota parecia lanchar alguns salgadinhos entre outras comidas congeladas, uma vez que aparentemente seus pais não estavam no momento. O pinguinzinho azul estava sentado em cima da mesa, olhando cauteloso a cada movimento de Dawn.
Era uma casa simples revestida de madeira o que deixava-a mais aquecida, tinha teto baixo e móveis singelos com um toque agradável; a pokéagenda quebrada estava na mesa também, agora Dawn olhava triste para o objeto trincado. Peças, engrenagens e parafusos estavam espalhados pela mesa, ela juntara todas as peças no lago para tentar consertá-la na casa de Luke e Lukas, mas com toda a conversa, acabou esquecendo-se.
— Espero que o professor possa dar um jeito nela...
— Pluuup... — piou o pokémon tentando confortá-la.
— Ok, Piplup. — A garota levantou-se da mesa num pulo — Vou vestir-me e então iremos ao laboratório.
— Pi-plup! — concordou o pokémon.
A garota subiu as escadas com agilidade, o pobre Piplup fazia um tremendo esforço para subir de degrau em degrau. Era um caminho um pouco apertado, havia o corrimão apenas de um lado, o outro ficava na parede que dava espaço para milhares de quadros de Dawn e sua família, nos degraus, alguns vasos de flores e outros pequenos objetos. A garota parou por um momento e aproximou-se dos quadros em que estava com sua família, ela tocou-os levemente e por um momento sua face tomou uma feição triste como alguém que desejava tentar esquecer um triste passado. Ela continuou subindo as escadas e então entrou em seu quarto.
No aposento, ela trocou o pijama branco por um vestido rosa. Cobriu as pernas com uma longa bota também rosada. Rodeou um cachecol no pescoço e prendeu o cabelo no penteado comum de sempre, por ultimo cobriu a cabeça com um gorro branco, afinal continuava frio, e do jeito que o tempo estava, ela não sabia quando poderia esfriar ainda mais.
— Pronto! Vamos Piplup!
— Plup!
Dawn pegou a pokébola de Piplup e retornou-o, guardando-a em sua bolsa e correndo escada abaixo. Ela fechou a porta e saiu rumo ao laboratório, não era muito longe, mas mesmo assim a garota preferiu ir em sua bicicleta. Ela cantarolava e pedalava serenamente enquanto passava pelos quarteirões que dividiam Sandgem,. A brisa fria trazida pela praia de Sadgem fazia com que os braços de Dawn tremessem. Era uma vista linda, logo atrás de algumas rochas podia-se ver de relance uma bela praia de areias brancas, o que dava nome a cidade, mas devido ao frio recente, ela começou a tornar-se mais vazia, permanecendo quase deserta.
Dawn avistou o laboratório, que já não estava do mesmo jeito de sempre. Havia uma van na porta, com um enorme "G" estampado na lateral. Ela hesitou por um momento e em sua face podia-se perceber preocupação.
— O que será que está acontecendo? — pensou.
Dawn pedalou mais rápido, e derrapou ao frear em frente às portas de vidro do laboratório. Ao descer da bicicleta ela avistou o Prof. Rowan e dois jovens, um garoto e uma garota, ambos de cabelos azuis claro vestidos em um uniforme peculiar, também com um "G".
Os jovens pareciam querer tomar algo do professor, ele lutava para não entregar, quando Dawn se preocupou e entrou aflita.
— O que estão fazendo?!
— Dawn! — exclamou o professor aliviado.
Os jovens permaneceram calados, mas olhavam cautelosos para a garota.
— Professor o que está acontecendo?!
— Eles querem roubar as pokéagendas! — explicou o professor ofegante.
Dawn percebeu que um dos garotos, estava com uma caixa entre os braços, que com certeza eram as pokéagendas.
— Não vou permitir que passem! — disse Dawn com os braços estendidos na tentativa de impedir a passagem.
— Patético. — respondeu o rapaz sacando uma pokébola e a arremessando-a — Zubat, utilize o Supersonic!
O homem libertou o pokémon morcego, não tinha olhos, e mesmo assim movimentava-se melhor do que muitas criaturas que os possuíam, sua pequena boca tinha dentes que pareciam liberar ondas ultra-sônicas para detectar qualquer objeto a sua frente. Suas asas batiam rápidas, fazendo com que a criatura parecesse estar flutuando se observada distraidamente. Tinha uma coloração escura, talvez por ficar muito tempo dentro de cavernas escuras e longe da luz do sol, acabou tornando-se uma criatura mais noturna, mas que mesmo assim, não perdia nem um pouco sua força em batalhas diurnas. O morcego rapidamente abriu sua pequena boca e emanou um som extremamente agudo. Dawn se ajoelhou tapando os ouvidos, Professor Rowan imitou o movimento. Os jovens riram, e então foram embora entrando na van e partindo velozmente rumo a rota 201.
— Oh não! — lamentou o professor Rowan — Eles levaram as pokéagendas! Vou ligar para a oficial Jenny! — falou o professor levantando-se e dirigindo-se rapidamente ao telefone.
— Eles vão pagar por isso! — disse Dawn correndo para a porta.
— Para onde vai Dawn? — perguntou o professor.
— Vou recuperar as pokéagendas! — respondeu a garota antes de partir.
Dawn subiu em sua bicicleta e pedalou com muita força, o veículo foi tomando velocidade e em instantes Dawn corria como um carro. A van não podia ser mais vista, mas Dawn tinha que alcançá-la.
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— Não vou passar para visitar ninguém! — gritava Luke continuando sua briga com o irmão.
— Está com medo de eu dizer que foi você que quebrou a pokéagenda?! — correspondia Lukas.
Os garotos continuavam a brigar enquanto pedalavam lado a lado. Eles nem se davam conta que a frente na estrada, vinha uma van em alta velocidade.
— Para de ser idiota, pra quê parar? Para visitar aquela garota?!
— Ela é nossa amiga!
— É uma estranha! Você conheceu ela ontem e já acha que é amiga??
— Ela fez o nosso almoço!!!
— Chama AQUILO de almoço cara?!
A van buzinava, mas os garotos não encostavam, continuavam discutindo no meio da estrada enquanto a van se aproximava cada vez mais, eles pareciam não ligar, ou simplesmente não perceber.
— Ela deu seu melhor! E estava bom, você que é um idiota!!
— Fala sério, aquilo estava horrível!
— Não estava tão ruim assim!
— Para de tentar ser o "educadinho", assume que estava péssimo!!!
— Não estou tentando ser o "educadinho" só não sou um mal educado prepotente e ignorante como você!
— M-Mal educado?! Vou acabar com você pivete!
FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM!!!!!!
Os garotos viraram suas cabeças bruscamente para a frente, mas a van já estava muito próxima. Eles pularam rapidamente nas moitas com agilidade, deixando com que a van batesse nas bicicletas e perdesse o controle, chocando-se contra uma árvore. Os jovens olharam atônitos para o automóvel, que exalava uma fumaça negra, mas a batida não fora o suficiente para ocorrer qualquer coisa grave. De dentro da van, saíram um homem e uma mulher, que não pareciam nem um pouco contentes com o ocorrido.
Eles vestiam estranhos uniformes, suas cores variavam entre preto e branco, com belos detalhes em azul claro. Um misterioso símbolo marcava as vestes, ele lembrava um G, adornado em uma cor dourada, que brilhava com o sol fraco que batia. Eram roupas muito elegantes, devido ao frio, a mulher vestia uma blusa de gola alta, feito de um ótimo tecido, com um belo par de botas. Seu cabelo era azul, cortado na altura do ombro, que balançava com o vento que corria por entre as árvores. Já o homem vestia uma jaqueta de couro com os mesmos símbolos que a mulher utilizava, seus cabelos também eram azuis, fazendo com que os dois parecessem um casal.
— Olhe só o que vocês fizeram, idiotas! Por quê não olham por onde andam? — reclamou o homem.
— Espere aí! Vocês que vieram com tudo pra cima de nossas bicicletas! — respondeu Luke furioso.
— Mas Luke, a culpa foi nossa, a gente que não percebeu a van vindo em nossa direção... — disse Lukas tentando convencer Luke de que realmente estavam errado.
— Vocês deram sorte que não quebraram nossas biciclet... AAH! Minha bicicleta!! — gritou Luke, ao ver as duas bicicletas completamente destruídas. — Vocês vão pagar por isso!
— Olhe só Star, parece que os pirralhos querem lutar! — debochou o homem.
— Mas que bobinhos, isso se tiverem algum pokémon. — disse a mulher.
— Luke, eles podem ser perigosos! — disse Lukas.
— Vocês vão pagar por terem nos atrapalhado, Glameow, eu escolho você! — disse a mulher, jogando sua única pokébola.
— Stunky, vai! — acompanhou o homem.
Uma forte luz surgiu liberando os dois pokémons, era uma doce gatinha e um misterioso gambá, um grupo tanto quanto excêntrico. A pequena gata balançava sua cauda em movimentos suaves como se tentasse provocar seu inimigo. Ela não parecia um pokémon muito bom para batalhas, sendo mais utilizada mais normalmente para contests, mas mesmo assim possuía garras afiadas prontas para atacar se necessário.
Já o pokémon Stunky tinha uma coloração roxa, fazendo-o destacar-se em meio aquela grande floresta. Essas criaturas não possuem uma fama muito boa, por jogar um forte cheiro em seus adversários, e por serem do tipo venenoso muitos pokémons e seres humanos mantinham distância.
— Olhe só, um Glameow! Ah, eu queria ter um! — disse Lukas, encantado com a graça do pokémon.
— Glameow? Se liga então naquele Stunky! Imagina os ataques venenosos que ele poderia usar contra os adversários! — disse Luke, maravilhado com os pokémons de seus adversários — Mesmo assim, aposto que não tem chance contra meu Gible, vai!
— Um Gible? Um Pokémon bem raro para um treinador iniciante... — disse a mulher pensativa.
— Precisaríamos de algo bom para compensar a van que vocês destruíram, então vamos levar o dragãozinho! Stunky utilize o Poison Gas no Gible! — ordenou o homem.
— Espere, dois contra um é covardia! Pachirisu vai! — disse Lukas, jogando a pokébola de seu pequeno pokémon esquilo.
Gible era ágil, e por isso conseguiu esquivar-se facilmente do gás venenoso que se o acertasse realmente traria grandes problemas.
— Fica de olho Luke! Os ataques venenosos podem ser perigosos! Ainda mais porque não temos nenhum antídoto. — aconselhou Lukas.
— Tá bom Lukas, se concentra no seu pokémon que eu me concentro no meu! Ainda tô irado com esses caras por terem destruído minha bicicleta!
— Só estou tentando ajudá-lo! Será que você não pode parar de ser cabeça dura e me escutar às vezes?! — disse Lukas irritado.
Subitamente, a mulher ordenou que seu Glameow acertasse o Pachirisu com suas garras afiadas aproveitando-se da discussão dos irmãos. Acompanhando o movimento de sua parceira assim fez Cosmo, ordenando que seu Stunky arranhasse o pequeno Gible, que apesar de possuir escamas fortes, ainda não tinha experiência suficiente em combates.
— Você me distraiu cara!! Eu sei o que fazer mesmo sem sua ajuda. Gible utilize o Earthquake! — ordenou Luke. Mas o pequeno dragão virou-se com um olhar confuso, pois seu nível ainda era muito fraco para utilizar um ataque de tamanha potência.
— Earthquake?! Você está louco? Não aprendeu nada na escola, não? O Gible ainda está num nível muito baixo para usar tal movimento! — gritou Lukas — Pachirisu utilize o Quick Attack!
O esquilo elétrico movia-se rapidamente por entre os dois pokémons inimigos, e sem que percebessem atacou o Stunky, causando um pouco de dano.
— Muito fraco! Esse Pachirisu inútil não vai prestar pra nada, mas acho que vamos roubá-lo junto com o dragãozinho. — comentou Cosmo
— Eles não têm chance contra nós! — ria a mulher.
Enquanto a dupla misteriosa ria de Luke e Lukas, Dawn chegou como um foguete em sua pequena bicicleta que com uma freada brusca, parou ao lado dos dois meninos. O pequeno pinguinzinho azul estava dentro da cestinha na parte frontal da bicicleta, quando pulou bruscamente e se pôs em posição de combate.
— Olha só Luke! É a Dawn!
— Nossa! É a garota das batatas!
— Vejo que estão tendo problemas com seus pokémons iniciais! Vou ajudá-los a derrotar esse dois, eles são fortes! — disse Dawn — Piplup, vamos recuperar as Pokéagendas! Utilize o Bubblebeam!
O poderoso jato de bolhas acertou Stunky em cheio, e uma vez que ele já estava enfraquecido, nocauteou-o de imediato.
— Argh, aquela menina de novo não! — reclamou o homem — Zubat, acabe com aquele pingüim! — disse Cosmo, lançando novamente o pequeno morcego.
— Piplup, Aerial Ace!
— Nossa! Parece-me que o Piplup da Dawn é muito bem treinado, olhe só! São ataques apenas utilizados através de TMs! — disse Lukas — Ela é o máximo!
— Caramba, até que a cozinheira de batatas sabe fazer alguma coisa útil. — riu Luke — Vou mostrar que eu também sei batalhar bem! ...Gible, utilize qualquer ataque!
Enquanto o pequeno Piplup lutava contra a Glameow de Star, Gible preparou um poderoso ataque, que como uma explosão, acertou o Zubat perfeitamente deixando-o fora de combate.
— Dragon Rage? — exclamou Lukas — Parece que o papai pegou um pokémon ótimo pra você Luke! Esse ataque é perfeito para níveis baixos, bom trabalho!
Agora que Cosmo e Star já não tinham pokémons para continuar a batalha, eles se encontraram obrigados a assumir a derrota e fugir dali.
— Vocês deram sorte que tiveram a ajuda dessa garota, da próxima vez não vão ter tanta sorte! Podem ter ganhado a batalha, mas não a guerra. E se preparem, pois ainda vão ouvir muito o nome: "Team Galactic."
Cosmo e Star recolheram seus pokémons e pularam para dentro da van quebrada, torcendo para que ela funcionasse. Por sorte ainda funcionava, mas com certeza não iriam muito longe. Os dois deixaram a caixa repleta de pokéagendas para trás, que por algum motivo estranho, já não lhes era mais tão importantes.
— Vocês estão bem? — perguntou Dawn — Eu gostaria de agradecê-los por terem impedido estes impostores! Sorte que tudo terminou bem, não é?
— Fala isso para as nossas bicicletas... — respondeu Luke constrangido.
— Que droga Luke, por que você é tão ignorante! Peça desculpas! — rosnou o irmão.
— Sem problemas Lukas, eu já sei como o Luke é, esse é o jeito dele de dizer "obrigado"! — riu Dawn vendo Luke corar e virar a cara envergonhado — Venham comigo, o professor Rowan vai ficar feliz em saber que conseguimos recuperar as pokéagendas!
— Eles tinham roubado as pokéagendas? Parece que tivemos sorte então, imagine se quando chegássemos ao laboratório não houvesse nenhuma? — comentou Lukas.
Os três seguiram de volta para Sandgem Town quando no meio do caminho encontraram-se com a van quebrada, mas dentro dela não havia mais nada, levando-os à conclusão de que Star e Cosmo deviam ter fugido com o que conseguiram. Alguns Bidoofs e Starlys aproximavam-se curiosamente dos escombros do automóvel, caso o carro continuasse lá por muito tempo ele logo viria a tornar-se um abrigo para esses pequenos pokémons.
O caminho continuava gélido apesar de estarem aproximando-se de uma cidade litorânea, os últimos dias tinham sido muito frios fazendo com que a cidade não fosse tão freqüentada como em temporadas mais quentes.
Apesar de pequena, o que mais chamava atenção na cidade era a linda praia na costa. Muitas pessoas visitavam-na por conta do laboratório do renomado professor Rowan situar-se nela. A cidade possuía aquele cheiro salgado, aquele clima de praia, e não muito longe dali era possível encontrar a fofa areia branca que se estendia até chegar ao infinito mar azul. O vento continuava forte apagando as pegadas deixadas na areia pelos jovens. Era a cidade da areia, Sandgem Town.
Luke, Lukas e Dawn partiram direto ao laboratório do professor. Os garotos se impressionaram ao ver o lugar que tinha paredes e piso brancos, o que dava um maior realce a tudo que lá havia. Várias estantes de livros ocupavam a sala principal, e outra com centenas de pokébolas atraiam a atenção dos jovens. Havia um pequeno quadro na parede com a foto de Dawn e do professor Rowan, os dois pareciam ser amigos a um bom tempo.
Rowan estava sentado em uma cadeira debruçado sobre as mãos com uma feição de preocupação, mas sua face mudou ao ver Dawn com a caixa das pokéagendas.
— Dawn! Você conseguiu! — disse o professor se aproximando.
— É, mas estes dois garotos me ajudaram a impedir que os criminosos fugissem. — disse a garota, dando evidencia a Luke e Lukas.
Os garotos olhavam atentos a expressão rústica do professor, eles se envergonharam um pouco, mas relaxaram ao perceber o leve sorriso que ele revelara.
— Eles são os filhos de Walter e Melyssa Wallers, os grandes campeões de Sinnoh. — apresentou Dawn.
— Oh, então são vocês! Realmente, são a cara dos pais. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que dei o primeiro pokémon de seu pai. Peço-lhes desculpas por não conseguir pokémons iniciais para vocês, mas já estamos providenciando-os. — falou o professor hesitante.
— Não se preocupe professor, papai e mamãe conseguiram ótimos pokémons para nós! — respondeu Lukas.
— Não podia esperar menos de seus pais. Melyssa sempre esteve tão ansiosa pelo dia em que veria seus filhos começando suas jornadas.
— Professor, o Lukas e o Luke estão partindo na suas jornadas, por isso querem as pokéagendas. Graças a eles pudemos recuperá-las dos ladrões. — disse Dawn.
— Isso me preocupa, aqueles impostores deixaram as pokéagendas para trás, mas por que será que fizeram isso? — indagou Rowan — Depois procurarei os motivos, agora peguem, isso é de vocês.
O professor então entregou os aparelhos para os jovens, era compactos e muito bonitos, tinham uma coloração vermelho metálico que brilhava em conjunto dos olhos contentes de Luke e Lukas.
— Obrigado! — disseram os irmãos ao receber o objeto.
— Agora podemos ir em frente e seguir com nossa aventura! — comemorou Lukas.
— É, mas sem nossas bicicletas... — entristeceu-se Luke.
— Maldito Team Galactic! — praguejou Luke furioso.
— Mas vejam pelo lado positivo. — disse Rowan — Agora vocês terão mais tempo e calma para andar por todo o continente de Sinnoh e apreciar a beleza criada por Arceus. Mesmo que de bicicleta seja mais rápido que a pé, lembrem-se que "a pressa é inimiga da perfeição".
— Tem razão! — animou-se Lukas — Pense bem, agora poderemos observar cada detalhe das florestas, descansar sob a sombra de uma árvore, ler um livro. Acho que sem as bicicletas teremos mais tempo de ver vários pokémons e conhecer pessoas diferentes!
— Ah... Eu não entendi o que isso tem haver com estarmos sem nossas bicicletas, mas se vai ficar por isso... É melhor irmos andando. — falou Luke.
— Certo! Professor Rowan, Dawn, obrigado por tudo! — agradeceu Lukas.
— Tomem cuidado, e boa sorte! — disse Rowan.
— Foi um prazer conhecer vocês! — respondeu Dawn.
Depois da despedida, Dawn ficou para trás apenas observando os garotos continuando seu caminho e seguindo rumo à floresta da rota 202. Agora Lukas e Luke caminhavam lentamente rumo ao próximo desafio. Eles teriam que ir a Jubilife, a grande capital de Sinnoh. Rowan e Dawn acenavam contentes enquanto os irmãos desapareciam no horizonte, finalmente a maior aventura de suas vidas iria começar...
Ambos caminhavam entre a estrada margeada de pinheiros cobertos por uma fina camada de neve. O sol ainda estava exposto mas sua luz não aquecia. O vento corria devagar, numa brisa congelante que arrepiava quem quer que andasse por ali. O sol escondia-se timidamente por trás das espessas nuvens que rondavam Sinnoh nos últimos tempos, e logo a noite chegaria. Tudo estava quieto, o inverno castigava até mesmo os pokémons que preferiam se abrigar a aquecer uns aos outros, mas algo que se movia chamou atenção de Lukas.
Uma pequena criatura debatia-se próxima aos pinheiros daquela região gélida, com certeza ele teria caído de um dos galhos da estrondosa árvore ao lado, mas devido a altura, ele poderia estar machucado. O pequeno pokémon cobria-se com fortes camadas de folhas e pequenos galhos. Esses pokémon são chamados de Burmy, que costumam utilizar materiais que estiverem ao alcance para construir sua camada de proteção, muitas vezes de folhas, mas em raras ocasiões acabam utilizando-se de areia ou pedaços de metais.
Havia uma densa camada de folhagem em cima do pequeno inseto, se a criatura não tremesse tanto nem seria possível perceber que ela estava lá, mas Lukas, com sua ótima visão e audição, conseguiu perceber o pequeno pokémon que precisava de sua ajuda.
— É um Burmy! — comentou Lukas.
— Hã? É um Pokémon? Deixa eu ver...— Luke então abriu a pokéagenda e apontou ao pokémon camuflado entre as folhas.
Lukas aproximou-se e viu que o pokémon já não estava bem, seu corpo estava frio e as folhas que o cobriam estavam secas, o pobre Burmy estava doente.
— Temos que fazer alguma coisa! — disse o garoto aflito ao pegar o pokémon no colo.
— Brrrrrmy... — gemeu o pokémon trêmulo.
A noite se aproximava, e junto dela caía uma forte tempestade de neve, a visão estava ruim, a única coisa que podia se ver a frente era uma imensidão sem cor, totalmente branca. Era perigoso até mesmo para um treinador experiente. Em tempestades daquele tipo o mais aconselhável era procurar algum alojamento próximo e não sair de casa, mas caso estivessem no meio da mata o certo seria esconder-se em algum local que a tempestade não alcançasse. Sair andando em meio à neve era muito perigoso.
— Vou voltar para Sandgem! — gritou Lukas.
— Tá doido?! Não vai chegar a lugar nenhum com toda essa neve, a floresta é enorme, pode acabar se perdendo!
— Não posso deixar o Burmy congelando aqui! Se você não vai, eu vou sozinho!
— Tá louco cara? Eu não vou deixar você sair por aí e morrer congelado com um pokémon que nunca viu!! Ei, Lukas, volta aqui!!
Lukas então se virou e deixou o irmão para trás, Luke tentou alcançá-lo, mas a densa cortina de neve fez com que ele perdesse o irmão de vista. Agora ambos estavam separados... O que pode acontecer? | |
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| Assunto: Re: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:29 pm | |
| Capítulo 5 - Novos companheiros sempre são Bem Vindos!
Enquanto Luke e Lukas haviam iniciado suas jornadas com um início bem conturbado, digamos que de passagem; Dawn continuava no laboratório do Professor Rowan em Sandgem. Seu dever era fazer algumas anotações sobre o Lake Verity, mas a garota já largara o lápis, e há alguns minutos apenas se concentrava em observar a forte neve que caía, batendo fracamente na janela a sua frente. Algumas vezes o vento passava por entre pequenas aberturas, rangendo sons como sussurros na escuridão da noite que já chegara. Até mesmo a grandiosa lua decidiu não aparecer naquela noite, escondida por trás das misteriosas nuvens que hoje cobriam o céu daquela região. Dawn encostou sua cansada cabeça na janela e suspirou um tanto quanto preocupada.
— Algum problema Dawn? — perguntou o professor observando a expressão da menina, enquanto já preparava as últimas coisas para fechar o local.
A garota virou-se para o professor e percebeu o semblante preocupado que também estampava seu rosto, ela não hesitou em perguntar:
— Não professor, eu estou bem. — mentiu Dawn — E o senhor? Me parece preocupado...
— Na verdade estou mesmo Dawn...
O professor aproximou-se de Dawn e sentou-se na cadeira em sua frente. O laboratório estava vazio, afinal já era noite. Somente a menina, que era considerada a melhor assistente do professor, permanecia por várias e várias horas, não o suficiente para atrapalhar seus estudos e não por obrigação, mas sim por sempre interessar-se em aprender cada vez mais.
— Então... O que lhe preocupa professor? — perguntou a menina de cabelos azuis.
— Estava me perguntando o porquê daquela dupla ter roubado as pokéagendas e o porquê de minutos depois terem deixado-as para trás...
— O Team Galactic?
— Sim, eles mesmos.
— E então, o que descobriu?
— Lembra da pesquisa que concluí há um mês atrás?
— Sim, a pesquisa sobre os três pokémons lendários dos lagos de Sinnoh. Recordo-me perfeitamente.
— Todos os dados que recolhi sobre esses pokémons em meus estudos eu os adicionei na nova versão da pokéagenda...
— O quê?! — Dawn levantou-se bruscamente da mesa, com uma face de preocupação extrema.
— Exato. Então cheguei a conclusão que esse foi o motivo do furto, e mais, eles não precisariam de todas as pokéagendas para conseguirem os dados, uma só já seria o suficiente.
— E o senhor contou o número de pokéagendas da caixa?
— Sim, e eles levaram apenas uma pokéagenda... — respondeu o professor.
— Droga! — suspirou Dawn, batendo a mão sobre a mesa.
— Não se preocupe, a Polícia Internacional já está investigando o caso, e tomará as devidas precauções...
— Mesmo assim, o que esses caras estão planejando fazer?! — perguntou Dawn ainda preocupada.
— Isso é um mistério até mesmo para o “Observador”... — respondeu Rowan.
— “Observador”? Quem seria? Uma pessoa?
— Sim, sim, mas não tenho muitos detalhes sobre ele. A única coisa que sei é que ele trabalha para P.I. (Polícia Internacional) e que está investigando o caso. — explicou o professor.
— Se tem alguém tão qualificado no caso, fico mais tranqüila... — respondeu Dawn aliviada, sentado-se novamente.
O professor voltou aos seus afazeres, mas Dawn permanecia a observar a tempestade de neve que teimava em não cessar.
— “Será que eles estão bem?” — pensava ela aflita, enquanto sua respiração embaçava a janela.
Por algum motivo, Dawn havia criado um laço com aquela família, mesmo que por um curto período juntos, ela se preocupava com Lukas e Luke como se já fossem melhores amigos. O professor percebeu a aflição da garota e voltou a aproximar-se, dessa vez ele a olhava com seus olhos penetrantes e cansados, olhos de alguém que já vira muito e sabia muito mais do que se imagina. Ele estampou um breve sorriso que fizera Dawn ficar confusa.
— Algum problema professor?
— Ás vezes acho que você deveria expandir seus conhecimentos mocinha...
— Huh? O que o senhor está querendo dizer? — perguntou confusa.
— Vejo em seus olhos que você deseja sair em meio a essa tempestade e fazer sua própria história, e vejo que aqueles garotos aumentaram ainda mais essa vontade...
Dawn baixou a cabeça por um minuto, o professor colocou a mão sobre o ombro da garota e voltou a sorrir.
— Vá Dawn... Aprenda muito mais sobre Pokémons, torne-se a melhor...
— Mas professor... Eu não quero deixá-lo sozinho. — disse a garota com uma voz pensativa.
— Eu não vou ficar só, há muitos assistentes aqui, posso sentir falta de minha melhor assistente, mas tudo bem. Como dizia o Professor Birch, o laboratório é só o começo, se você não expandir suas áreas de estudo, não conseguirá expandir seus conhecimentos!
— Professor Rowan... — disse a garota, escondendo o choro.
— Espere até amanhã, com sua bicicleta conseguirá alcançar Luke e Lukas, mas é melhor não sair nessa tempestade de neve, pode ser perigoso.
— Não posso esperar! — respondeu a garota pulando da cadeira.
Dawn rodeou seu cachecol e colocou seu gorro branco sobre os cabelos. A garota parecia apressada, ela pegou sua mochila e colocou algumas coisas, que iam desde poções até pokébolas.
— Dawn, o pretende fazer? — perguntou o professor preocupado.
— Alguma coisa me diz que Luke e Lukas precisam de minha ajuda agora! Não posso esperar que amanheça, tenho que correr e alcançá-los!
— Dawn é perigoso! Com essa tempestade você pode perder-se em meio a floresta!
— E se eles estiverem perdidos? Eu tenho que ajudá-los! Eu sei que ainda sou uma criança, mas eles são ainda mais novos que eu, e podem estar em perigo!
O professor procurava argumentos para não deixar que a garota partisse em meio a nevasca que castigava Sinnoh naquela noite, mas era inútil, a garota já estava pronta para partir e nada a impediria.
— Não se preocupe professor, assim que eu encontrá-los mandarei uma mensagem pelo Pokégear.
— Já que não posso te impedir, apenas poderei desejá-la boa sorte...
— Obrigada por tudo professor. Prometo que estudarei bastante e serei uma renomada pesquisadora, assim como o senhor!
A garota selou o momento com um caloroso abraço. Dawn e o professor se separaram e trocaram olhares esperançosos, com ambição de um futuro glorioso. Ela despediu-se e partiu. Ao abrir a porta pôde sentir a brisa congelante que parecia cortar a pele frágil da garota, mesmo assim ela não teve medo e partiu, pegou sua bicicleta e acenou ao professor. Era difícil pedalar, a neve fazia com que os pneus atolassem, não havia uma alma sequer em meio a tempestade, Dawn estava só. A única coisa que a garota via em frente era uma imensidão branca, neve e mais neve.
— Que Deus os ajudem... — sussurrou o professor antes de voltar-se ao laboratório, e finalizar aquele dia cansativo.
Dawn pedalava forte em busca de seus amigos, enquanto isso, Luke procurava sem trégua pelo irmão “mais novo” que buscava ajuda para o Burmy encontrado. O movimento de Luke estava rígido, seus lábios tremiam em sincronia com suas pernas, seu grito ecoava pelos cones de árvores, um grito sem força que buscava o irmão.
E Lukas não estava em melhor situação, ele sentia-se gélido e tentava aquecer o pobre Burmy cobrindo-o com seus finos braços, ele não desistiria de tentar salvar aquele Pokémon. O pequeno verme rodeado de folhas observava o ato do garoto, o Pokémon sentia ali algo nunca sentido antes... Alguém havia importado-se em ajudá-lo.
— Burmy, agüente firme, chegaremos em Sandgem e Dawn irá nos ajudar...
— Brrrr-my... – gemia o trêmulo pokémon em resposta.
Lukas tinha fé que estava indo no caminho certo, mas era impossível seguir a estrada com o clima daquela noite, se ele não procurasse um abrigo ia congelar ao lado do pequeno Pokémon.
Dawn continuava a pedalar, mas chegou a um ponto em que os pneus da frágil bicicleta estavam totalmente cobertos pela neve, suas forças não eram suficientes para continuar a pedalar ali.
— Droga de bicicleta! — resmungou, batendo no próprio veículo.
Dawn saltou da bicicleta e chegou a conclusão de que continuar daquele jeito era ainda mais devagar do que ir a pé. De dentro da mochila pegou uma lanterna e uma pokébola, ela arremessou a bola liberando o fiel companheiro Piplup, que por sinal até que estava feliz pelo frio por ser totalmente acostumado a baixas temperaturas. Com o caminho iluminado pela fraca luz da lanterna, ela seguia ao lado do pingüinzinho que a guiava em meio à tempestade.
— O professor vai me matar por abandonar essa bicicleta, mas não posso me atrasar ainda mais, um dia eu pago ela. — disse a menina tentando tampar seu rosto, para não ser tão atingida pela tempestade de neve.
Lukas continuava a caminhar por um caminho que ele acreditava ser o certo, mas o garoto estava num rumo desconhecido entre os galhos congelados das árvores. O garoto enxergava pouco a fraca luz da lua, mas de repente ele pôde avistar uma fenda numa Montanha a frente.
— Uma caverna... Sinto muito Burmy, mas é melhor descansarmos aqui um pouco, essa tempestade pode piorar e vai acabar ficando ainda mais perigoso.
— Brrr... — concordava o Pokémon.
Lukas então adentrou a caverna que era ainda mais escura do que o véu negro de neve que cobria aquela noite. Devido ao frio podia-se notar pequenas goteiras caindo suavemente dentro do local como se em sintonia. Alguns estalagmites enfeitavam o local, tão antigos quanto as vilas daquele lugar, histórias provavelmente a muito esquecidas pelo povo de Sinnoh. As rochas escondiam mistérios que para sempre ficarão indecifráveis, fósseis de pokémons antigos ou até mesmo pedras preciosas. Maravilhas que muitas vezes passam por baixo de nossos olhos e nem somos capazes de perceber.
Lukas procurava um canto para sentar-se e acabou encontrando algumas pedras que serviriam perfeitamente, com o Burmy no colo ele às vezes friccionava as mãos para aquecê-las enquanto aconchegava o pequeno pokémon inseto. Depois de algum tempo, ele decidiu liberar seu Pachirisu, que com sua longa cauda embrulhou Lukas, esquentando-o um pouco.
— O-briga-do Pa-ch-irisu... — agradeceu Lukas gaguejando de frio.
— Pachi-pachi! — grunhiu o esquilo parecendo não incomodar-se com o frio.
_________________________________________________________
Luke continuava a procurar pelo irmão, ele gritava pelo seu nome, mas não escutava nada como resposta a não ser seu próprio eco, mas a situação mudou ao ver uma fraca luz aproximando-se.
— C-Carai, meu Arceus!!! Quê Qué isso?! — gritou Luke em pânico.
Luke tremeu ainda mais, dessa vez ele estava com medo, ele não sabia o que poderia ser, um pokémon talvez, na mente de uma criança quem sabe um alienígena? Ou um fantasma surgindo para levá-lo embora? Obviamente que não. O garoto tranquilizou-se ao ver a imagem de Dawn formar-se a sua frente.
— Ah, é a garota das batatas...
— Ufa. — suspirou ela em alívio, que provavelmente não ouvira o comentário de Luke. — Que bom que encontrei vocês!
Ao falar “vocês”, Dawn então percebeu a ausência de Lukas, o que despertou ainda mais preocupação nela.
— Onde está o Lukas?!
— Eu tô procurando ele, mas não faço idéia de onfe ele esteja! Precisamos achá-lo rápido, certeza que ele já deve ter se metido em encrenca! — resmungou Luke.
_________________________________________________________
Lukas continuava na caverna, o frio havia dado trégua dentro do local, mas isso também graças a cauda de Pachirisu que o aquecia bastante.
— Obrigado amigão... — disse Lukas afagando o esquilinho.
— Pachi-pachi! — dizia Pachirisu, que ficou contente com o carinho.
— Brrrrrmy... — continuou a gemer o pokémon no colo de Lukas.
— Vejo que você já está melhor, não é amiguinho?
Lukas percebeu que o pokémon já não estava mais tão gelado e sua cor havia retornado ao normal, porém as folhas que cobriam seu corpo estavam secas e quebradiças e não conteriam o frio lá fora.
— Agora temos que ir, ou não chegaremos nunca em Sandgem... O Luke deve estar preocupado comigo... Melhor irmos logo...
— GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!! — grunhiu uma estranha criatura que vinha da escuridão da caverna.
Um ensurdecedor rugido pode ser ouvido ecoando por toda a caverna, Lukas levantou-se bruscamente num susto. Fortes patadas estremeciam o local, o garoto estava nervoso e com medo, olhos raivosos brilhavam no escuro... Era um pokémon imenso. Lukas pegou sua pokéagenda e apontou para o vulto que se aproximava. Era um furioso Ursaring, que provavelmente não gostava muito de visitantes em sua toca.
Não que essa criatura durma em cavernas, mas como os últimos dias costumavam ser misteriosamente mais frios, alguns pokémons acabaram tendo que mudar seus hábitos. Talvez Lukas acabara de acordá-lo de sua profunda hibernação, e não seria de se surpreender que estivesse tão furioso. Esses pokémons possuem o costume de juntar comida e marcar seu território em árvores com suas poderosas garras, era realmente estranho ver um pokémon daqueles em uma caverna mas era noite, e Lukas não importou-se com o perigo. Os olhos do urso exalavam ira, aquele lugar realmente não era um bom local para descansar e com seu faro insuperável, provavelmente ele sentira a presença de algum invasor.
— Ah, não! Um Ursaring!!! Aaaaaaaaaaaaaaaaaah!!!!! — gritou Lukas. _______________________________________________________________
Luke então explicou tudo para Dawn, que por sua vez, também explicou o porquê dela estar ali.
— Como você é burro! Por que não o impediu de sair nessa tempestade!? — disse Dawn furiosa.
— Argh!! Não me chama de burro mina!! Eu não pude fazer nada! Assim como você, ele é um grande cabeça dura! — retrucou Luke, ainda mais furioso.
— Aaaaaaaaaaaaaah! — gritava a voz de Lukas ao longe.
— É o Lukas! — gritou Luke, escutando o eco do grito. Ambos preocuparam-se e concluíram que realmente tratava-se de Lukas.
— Ele deve estar em apuros! Temos que ajudá-lo! — disse Dawn correndo e procurando o local de onde o som viera.
Dawn e Luke corriam para o local de onde o eco vinha, e enquanto isso, Lukas estava frente a frente com aquele enorme e furioso Pokémon.
— Nos desculpe senhor Ursaring, não tínhamos a intenção de acordá-lo de sua hibernação! — disse Lukas, tentando afastar-se.
— Urrrsaarrrrrrrrrrrrrr! — continuava o pokémon furioso.
O Pokémon rugiu intensamente e partiu para o ataque, ele levantou seus imensos braços e suas garras estavam prestes a cortar quem estivesse a sua frente. Lukas abraçou Burmy e Pachirisu com força, e esperou pelo golpe. Ele sentiu Burmy desprender-se de seu abraço e dar uma investida sobre o garoto lançando-o para trás. Burmy então recebeu o golpe, fazendo com que todas as suas folhas caíssem e o Pokémon caísse sem nenhuma proteção.
— Não!! Burmy! — gritou Lukas ao ver o o pequeno pokémon caído.
Burmy havia salvado Lukas, mas agora o garoto estava novamente sem proteção, Pachirisu se colocou em posição de ataque e fez com que faíscas azuis rodeassem seu corpo, mesmo a determinação do esquilinho não seria suficiente para conter aquele enorme Pokémon.
— Pachirisu, não! Não podemos vencer!
Ursaring então atacou novamente, se Pachirisu fosse atingido por aquele arranhão ele seria nocauteado de primeira. O urso então desferiu um segundo golpe, e subitamente Burmy surgiu, salvando Pachirisu novamente. O verme já não estava mais coberto de folhas, mas sim coberto de pequenas rochas que resistiram ao arranhão.
— Burmy! Mas como??!! — Lukas se impressionou ao ver a determinação daquele Pokémon em salvar ele e seu Pachirisu. Ele estava orgulhoso em ver o poder do pequeno Burmy.
— Lukas! — gritaram Dawn e Luke ao encontrar o garoto.
O Ursaring parecia mais furioso, e atacaria a todos com um poderoso Hyper Beam, um golpe desse calão destruiria a todos ali dentro, mas normalmente essas criaturas não aprendem esse golpe, e isso leva a idéia que ele já pertencera a algum treinador no passado.
— Luke! Dawn! Que bom que estão aqui! — disse Lukas contente.
— Um Ursaring! — impressionou-se Luke em ver um Pokémon daquele tamanho.
— Não é hora de se impressionar, temos que fazer algo ou viraremos pó! — retrucou Dawn.
— Tudo bem maninho, mas não seja tão burro da próxima vez. Gible Vai! — Luke então arremessou a Dusk Ball, que por um momento pareceu deixar a caverna mais escura do que antes, liberando o dragãozinho.
— Piplup, Bubblebeam!! — ordenou Dawm.
— Pachirisu, Spark!!!
— Gible, Dragon Rage!!
A combinação de todos aqueles ataques transformou-se num poderoso raio que atingiu Ursaring causando um dano imenso na criatura, o Pokémon não chegou ao ponto de ser nocauteado, mas fora realmente enfraquecido, abaixando sua ira e conseqüentemente sua guarda. Com a força do impacto a estrutura rochosa da caverna se abalou deixando-a prestes a desabar.
— Cara, eu quero capturar esse Pokémon! — falou Luke, sacando uma pokébola.
— Não seja idiota! Temos que sair daqui rápido! — falou Dawn.
— M-Mas ele ainda tá ali caído!! Droga, deixa quieto então. — praguejou Luke guardando a pokébola.
Lukas pegou Burmy e Pachirisu no colo, e num rápido movimento todos saíram da caverna deixando que ela desabasse. Agora todos estavam salvos. A neve caía devagar, o sol já aparecia ao fundo, e a suavidade da manhã se aproximava, a melodia alegre de Kricketots e Kricketurnes já podia ser ouvida, saindo de suas tocas por conta da temerosa noite. Todos se sentaram no chão, um tanto aliviados.
— Essa foi por pouco... — suspirou Dawn rindo.
— Que batalha cara!! Mas eu ainda queria ter pego aquele Ursaring... O primeiro pokémon que eu capturar vai ser mó poderoso, fica vendo! — riu Luke.
— Desculpem... Eu só queria ajudar o Burmy... — lamentou Lukas.
— Esquece maninho... Agora tá tudo bem...
A angustia havia ido embora junto com a tempestade, tudo estava resolvido agora. Graças a precaução de Dawn e suas Potions que trouxera de casa, Burmy pudera melhorar, mas depois de ver a coragem do pequeno pokémon, Lukas queria capturá-lo.
— Cara, tem certeza que vai capturar esse Pokémon? Segundo a pokéagenda ele não parece ser bom em nada, talvez um pouco em defesa, mas mesmo assim são baixos níveis... — comentou Luke.
— Não julgue um Pokémon pelo seu status base Luke, qualquer um pode tornar-se muito forte! Basta o treinador decidir no que gostaria de investir. — retrucou Dawn.
— Mesmo assim, os únicos ataques que ele pode aprender é o Tackle e o Hidden Power, e eu nem sei pra que serve essa porcaria de ataque ainda! — falou Luke decepcionado.
— Você é muito inexperiente mesmo... Enfim, Lukas viu algo especial nesse pokémon e vai tentar capturá-lo a qualquer custo! — disse Dawn.
Lukas, ao lado de Pachirisu lutou algum tempo contra Burmy, ambos os pokémons estavam cansados, e devido a forte defesa de pedras do Burmy os ataques elétricos não surtiam muito efeito. Mas a armadura estava gasta, e o Pokémon inseto já não tinha mais forças, bastaria mais um ataque para que Pachirisu saísse vencedor.
— Pachirisu vamos ao ataque final! — gritou Lukas.
— Brrrrmy!!!!!
O inseto vinha na direção de Pachirisu com um forte Tackle , Pachirisu tinha que ser rápido e contra atacar velozmente.
— Pachirisu, use o Spark!
Antes que Burmy impactasse seu golpe contra o esquilo, Pachirisu fez com que seu corpo se eletrizasse e repelisse o ataque de Burmy destruindo seu manto de pedra e o eletrificando. O inseto então foi nocauteado.
— Consegui! — comemorou Lukas ao ver o inseto nocauteado.
O garoto então pegou a mochila e de dentro retirou uma pokébola diferente. Azul com alguns detalhes negros entrelaçados na parte superior em forma de teia, era uma Net Ball, pokébola com eficácia superior em Pokémon insetos e aquáticos. Era uma pokébola cara e não era muito visto naquelas regiões.
— Onde você conseguiu essa pokébola?! — perguntou Luke com um pouco de inveja.
— Ganhei de aniversário da Tia Martha quando completei nove anos! — explicou Lukas com uma voz contente.
O garoto arremessou a Net Ball que ao abrir-se materializou um raio no formato de uma rede que capturou o pequeno Burmy, logo o Pokémon se transformou num raio branco e adentrou a pokébola. A luz do centro piscou enquanto a cápsula balançava, mas logo cessou, indicando o sucesso da captura. Lukas correu e pegou o objeto e ao lado de Pachirisu ergueu-a como um troféu.
— Ahá, mais um para o time! O Burmy é meu! — comemorou o garoto.
Agora com mais dois novos companheiros para o time, Dawn e Burmy, os irmãos seguem esperançosos em busca de seus objetivos. Dawn pretende seguir seu sonho de tornar-se uma grande pesquisadora, e será uma ajuda fundamental no grupo. Agora a próxima parada é Jublilife, a grande capital, onde Lukas lutará por sua primeira fita, mas será que ele irá conseguir? | |
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| Assunto: Re: Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby Seg Jan 30, 2012 12:31 pm | |
| Capítulo 6 - Inimigos de infância! Ataque Bidoof!
Já amanhecia, os raios de sol derretiam a fofa neve da noite passada, enquanto gotas do orvalho da manhã brilhavam nas folhas de algumas árvores. Embora a noite anterior fora extremamente cruel, o clima agora estava agradável; com manhãs belas como a primavera e noites violentas como o inverno.
Dawn, Luke e Lukas descansavam da turbulenta noite passada, eles montaram um pequeno acampamento próximo a um grande pinheiro e lá passaram a noite. Ainda era muito cedo, mas devido a grande claridade e aos sons de pokémons a todo momento era impossível dormir até tarde. Exceto para Luke.
— Que sono... Eu demorei muito para dormir, eu não me sinto protegido aqui fora... — comentou Lukas, esfregando seus olhos — Mas sabe, até que foi legal, gosto de ficar com a natureza... Longe de toda a correria e dos problemas do dia-a-dia.
— Meus pais costumavam me levar muito pra sair, até que eu gosto de ficar lado-a-lado com a natureza, ouvir de perto o doce som da manhã... É relaxante. — sorriu Dawn.
— Sério? Puxa, o Luke nunca gostou do silêncio. Ele prefere ficar trancado no quarto dele jogando video game e escutando música alta, acho que eu nunca o vi lendo um livro! — riu Lukas.
— Hah, hah, hah! Vocês são bem diferentes mesmo. Seu irmão me parece uma boa pessoa. Vocês dois são uma graça! — disse Dawn, vendo Luke roncando e não acordando mesmo com todo o barulho.
— Luke!! Tenha modos e não ronque do lado de uma garota!! — disse Lukas, chutando de leve o irmão — Acorda baka, tá na hora de ir!
— Sai pra lá mano, ainda é cedo... — resmungou Luke.
— Olha, agora não tem mais a batian pra te tirar da cama, se você não acordar eu vou te deixar pra trás. Vou escovar os dentes e me trocar, se prepare, porque quando a gente voltar nós já vamos embora! — respondeu Lukas.
— Vai... Vai... — balbuciou Luke, voltando a cochilar.
— Ah, eu e a Dawn vamos deixar nossas coisas na sombra daquela árvore, para não ficarem no meio do caminho, cuide delas, ok? — disse Lukas, seguindo seu caminho junto com a garota.
— Lukas, não é melhor nós esperarmos seu irmão? — perguntou Dawn.
— Se você esperar ele acordar, vai ficar aqui pra sempre. Não tem problema Dawn, ele é o "irmão mais velho", vai conseguir virar-se sozinho! — riu ele.
Os dois seguiram até um pequeno lago para se preparem para a viagem. Lukas e Dawn conversavam calmamente e por algum motivo, o garoto não sentia vergonha quando conversava com sua amiga. Talvez ela fosse a primeira garota que ele conseguia conversar normalmente sem gaguejar. Ele sentia uma enorme admiração por ela, como se ela fosse sua irmã mais velha.
— Então Dawn, vai seguir viagem conosco? — perguntou Lukas.
— Se vocês me aceitarem no grupo, para mim seria ótimo acompanhá-los e conhecer diversos pokémons diferentes! — sorriu a garota enquanto lavava seu rosto. — Mas e a seus pais, eles deixam você sair em uma aventura sem mais nem menos? — perguntou o garoto, preocupando-se com a garota. — Bom, meus pais... Meus pais... Quero dizer, acho que deixariam sim... — disse a garota meio sem graça, mudando rapidamente de assunto — Quero me tornar uma renomada pesquisadora. E você?
— Quero ser coordenador, sempre gostei desse tipo de coisa. Minha mãe era muito famosa e quero seguir os passos dela. Daqui a um tempo vou ser muito conhecido, você vai ver! — disse Lukas confiante.
— Com certeza! E pode ter certeza que eu vou estar do seu lado pra te apoiar. — riu a garota — Nossa, você é como um irmãozinho que eu nunca tive. Vou fazer de tudo para ajudá-lo a se tornar um ótimo coordenador. Se precisar de qualquer coisa é só falar comigo.
— Ok! — respondeu Lukas alegremente.
Enquanto os dois escovavam seus dentes e se trocavam, Luke continuava adormecido em meio a imensa floresta. Ele nem se dera conta do momento em que vários Bidoofs começaram a cercá-lo, apenas observando a estranha criatura que dormia em seu domínio. Logo, Luke abriu seus olhos com o irritante barulho que os roedores faziam, e percebeu dezenas de Bidoofs que o encaravam. Luke tomou um susto e levantou-se bruscamente de sua cama.
— Nuuussa!! De onde surgiram esses bichos? Sai pra lá! Sai!! — gritou ele, espantando os pequenos pokémons que voltaram para um lago próximo.
Luke pegou rapidamente sua pokéagenda para verificar os dados dos pequenos roedores. E apesar de conseguir a informação dos pokémons, ele acabou esquecendo-se de tentar capturar um.
— Droga, espantei todos os Bidoofs e esqueci de tentar capturar eles... Meu dia já começou mal, que bosta... — pensou Luke, em seguida notando a ausência de Dawn e Lukas.
— MEU ARCEUS!! ELES FORAM EMBORA MESMO!! Eles tinham dito que se eu não acordasse, eles iriam me deixar para trás!! Lukas você me paga!! — gritou ele, arrumando rapidamente suas coisas e correndo para dentro da floresta.
Pouco tempo depois, Lukas e Dawn voltaram calmamente do lago enquanto riam e conversavam, quando perceberam a ausência de Luke no acampamento.
— Onde está seu irmão? — perguntou Dawn preocupada.
— Deve ter acordado e ido lavar o rosto. — riu Lukas, mexendo em sua mala que estava encostada na árvore.
— E ele levou todas as coisas dele para lavar o rosto?
Lukas ficou surpreso ao perceber que Luke realmente havia levado toda sua mochila e pertences. O que o levou a conclusão de que Luke os deixara para trás.
— Lukas, ele deve ter ido pra floresta!!
— Hum, e se ele só saiu para capturar pokémons? Acho que não precisamos nos preocupar tanto, tenho certeza que ele está bem. Mas de qualquer modo é melhor nós irmos procurá-lo.
A rota 202 pode não ser muito grande, mas é coberta de florestas e treinadores jovens, um sinuoso caminho que torce por campos de relva e árvores altas que servem de abrigo para milhares de pequenos pokémons que rondam este local. Mas aquela rota estava alterada com os últimos dias, rumores de uma sombra têm alterado a natureza dos pokémons, os Bidoofs desta rota têm agido misteriosamente, eles atacavam treinadores iniciantes e agiam em grandes grupos fazendo com que os novatos das cidades vizinhas sintam-se receosos com o ocorrido.
Luke andou por um tempo procurando qualquer sinal de seus amigos quando percebeu que um pequeno Bidoof o acompanhava de longe. Dessa vez ele não perderia a chance e capturaria seu primeiro pokémon.
— Heh, heh... E aí bichinho, tudo firmeza? Espero não ficar incomodado, mas eu vou te capturar! — sussurrou Luke, aproximando-se cada vez mais do roedor. De repente, outros Bidoofs começaram a aparecer, o que fez Luke assustar-se com a enorme quantidade de pokémons que começavam a aglomerar-se em volta do garoto.
— Caramba. De onde veio tanto Bidoof? — disse Luke surpreso, quando de repente, as criaturas furiosas avançaram na direção do garoto que correu desesperadamente dos Bidoofs que infestavam aquela floresta.
— EITA PORRA!! AAAAAAH! SAI PRA LÁ BICHARADA!! AAAH!
Luke correu por um tempo até alcançar uma pequena caverna escura, onde aproveitou para descansar e esconder-se dos Bidoofs que passaram reto sem dar conta do esconderijo.
— Cadê o retardado do meu irmão?? Mas que raiva, ele me deixa sozinho e nem pra deixar um bilhete dizendo para onde iria. Maldição, vou ter que seguir meu instinto de direção apurado e procurá-los rápido! Antes que esses Bidoofs me comam vivo!! — disse Luke, acendendo uma lanterna e percebendo que um Skorupi venenoso andava em seu colo.
As paredes da caverna eram cercadas de Skorupis com garras afiadas, mas que não aparentavam muito zangados com o invasor, apenas curiosos.
— AAAH, DE NOVO??!! SAI DE PERTO DE MIM!! — gritou Luke, chutando o escorpião e saindo rapidamente da caverna. Agora um bando de Bidoofs e Skorupis o seguiam com raiva — Esqueci desses Bidoofs!! Saiam daqui seus roedores das TREVAS!! Sai! SAAAI! AAAAAAH!
Luke continuou sua corrida sem rumo para proteger-se dos inúmeros Bidoofs que agiam estranhamente naquela região. Ao longe, uma pequena casa de madeira erguia-se como a fortaleza perfeita para aquela ocasião, uma fumaça negra saía da janela então obviamente alguém estava lá. O garoto correu o máximo que podia dos pokémons histéricos e entrou na pequena casa sem mesmo bater na porta, que por sorte estava aberta. Alguns treinadores jovens também pareciam esconder-se no local, enquanto um velho homem arrumava a fogueira.
A casa era bem simples, revestida de uma madeira gasta pelo tempo, mas que ainda mantinha a beleza do local com móveis humildes e modestos, que provavelmente explicavam a simplicidade do velho que lá morava. Havia muitas fotos espalhadas pelo local, e tudo perfeitamente organizado. Algumas panelas velhas preparavam algo na cozinha, liberando um adorável cheiro de comida caseira. Os treinadores ficavam irrequietos na casa, andando de um lado para o outro como se esperassem algo. Provavelmente todos que lá estavam protegiam-se dos Bidoofs que agiam estranhamente.
O velho andava encurvado e era muito magro, ele vestia uma calça social com uma simples blusa de lã com vários botões. Ele tinha cabelos muito brancos assim como sua barba e parecia muito cansado. Ao ver Luke entrando desesperado, ele foi em sua direção com sua pequena bengala de madeira, em que a cabeça de um Staraptor estava esculpida na ponta.
— Também está fugindo dos Bidoofs enfurecidos, meu jovem? — perguntou o velho, com sua voz rouca.
— Opa, desculpa por entrar na sua casa sem pedir tio, mas é que esses Bidoofs iam me pegar! — riu Luke.
— Não se preocupe jovem, todos estes treinadores também entraram aqui desesperadamente. — sorriu o velho — Entre, entre, estou preparando uma deliciosa refeição! Podem aguardar esses Bidoofs irem embora, eles estão muito perigosos ultimamente.
Luke observou os jovens que ali estavam, todos pareciam assustados e confusos, não era normal os Bidoofs agirem daquela forma, mas agora eles corriam e atacavam os treinadores sem nenhum motivo.
— Este velinho é gente boa... Ele mora sozinho? — perguntou Luke, conversando com uma menina que estava sentada no sofá.
Ela tinha cabelos ruivos na altura do ombro, vestia uma camiseta azul e saias bem curtas, a garota parecia não se incomodar com o frio, mas podia-se notar um casaco que carregava dentro de sua bolsa. Seus olhos pareciam ansiosos e cheios de energia. Podia-se perceber que ela corria muito e se aventurava há um longo tempo devido aos tênis gastos. Ela tinha uma personalidade muito curiosa e ativa, mas às vezes isto acabava atrapalhando-a, logo, ela procurava contentar-se. Seu nome era Vivian Chevalier.
— Acredito que ele seja viúvo. Então acho que ele sinta um pouco de saudade de visitas em sua casa... — respondeu tristemente a garota — Olá!! Prazer, eu me chamo Vivian!! — respondeu ela em seguida, já animada.
— E aí, eu sou o Luke! — sorriu ele, gostando da personalidade divertida da garota.
Um outro jovem observava a janela da casa verificando os Bidoofs do lado de fora, mas ao ouvir o nome “Luke” ele rapidamente virou-se e foi em direção do garoto.
Era um rapaz loiro aparentemente da mesma idade de Luke, tinha um penteado digamos que peculiar, olhos alaranjados como uma manhã ensolarada e uma pele bem branca. Ele usava um casaco listrado de cor branca e laranja feita de um ótimo tecido que esquentava bem, apesar de não parecer. Ele também usava um cachecol verde rodeado em seu pescoço, exatamente como aquele vestido pelo jovem Luke. Seu nome era Stanley.
— Com tanta gente para encontrar nesse vasto universo teve que ser justo você? — disse o rapaz dirigindo-se a Luke.
— Stanley? — comentou Luke surpreso — Não acredito que você também saiu em uma jornada pokémon. E me parece que infelizmentenossos caminhos se cruzaram novamente. — afirmou ele furioso, dando ênfase na insatisfação de ter encontrado o garoto.
— Qual é, você está me seguindo? Até quando saio em minha própria aventura você me persegue?! Você é a última pessoa que eu desejaria ver no mundo, principalmente depois daquele dia na escola. — respondeu Stanley, ainda mais furioso.
— Ah, fala sério cara. E você acha que eu faço questão de ficar lembrando do meu passado? Eu não quero mais saber de você, nem da sua amizade. — respondeu Luke de modo ignorante.
— Eu realmente não sei por que ainda estou perdendo tempo discutindo com você. Aposto que você não capturou nenhum pokémon ainda, porque quando eu fui para o laboratório do professor Rowan eu peguei um dos últimos!
— O último? Pokémons iniciais é coisa do passado cara, porque você não viu a força do pokémon que eu consegui! Vamos lá fora resolver isso numa batalha! — respondeu Luke.
— Mas os Bidoofs ainda estão lá fora, vocês não podem sair! — comentou Vivian que observava a briga dos garotos.
— Bidoof...? — sussurrou Luke irado, encarando Stanley com um olhar mortal — Eu acabo com o primeiro Bidoof que cruzar meu caminho, no momento eu só quero quebrar a cara desse otário arrogante.
— Vou dormir contente hoje, depois de detonar esse idiota. — resmungou Stanley, também não dando a mínima para os pokémons raivosos lá fora.
A briga começava a ficar mais intensa, até um ponto em que o próprio dono da casa foi obrigado a pedir que os dois parassem com a discussão.
— Por favor crianças, isso realmente pode ser perigoso. Peço que fiquem aqui dentro por hora. — disse o velinho com dificuldade.
Luke e Stanley se entreolharam e decidiram ficar abrigados na casa pelo pedido do velho, uma vez que aquele senhor fazia um grande favor para eles, abrigando-os em sua humilde casa.
— Não se preocupe senhor, ficaremos aqui dentro. Desculpe o alvoroço que causamos. — disse Stanley frustrado, dirigindo-se à Luke — Você tem sorte que eu tenho respeito pelos mais velhos, diferentemente de um certo "alguém" que eu conheço.
— Ah, faz o que você quiser Stanley!! — gritou Luke, sentando-se no sofá e cruzando os braços em sinal de desapontamento — Mas que ódio, que ódiooo! Eu odeio esse cara... — resmungou Luke.
— Vocês não se dão muito bem né, parecem inimigos mortais... Desde quando se conhecem? — perguntou a menina preocupada.
— Ele não é meu inimigo... Ele era meu... meu melhor amigo... — sussurrou Luke, com uma voz receosa, mas que foi interrompida pelo velhinho, que agora carregava uma grande panela de comida.
— Eu terminei de cozinhar a comida para os Bidoofs! — disse o velho.
— Para os Bidoofs? Não era pra nós? — perguntou um dos treinadores qu estava na casa.
— Hoh, hoh, hoh! Eu havia me esquecido de vocês! Acho que estou ficando velho. Eu fiz esta comida deliciosa para acalmar os Bidoofs! Mas depois eu posso preparar uma para vocês! — riu o senhor, abrindo a porta da casa lentamente.
Todos os Bidoofs juntaram-se próximos da panela e devoraram a comida cozinhada pelo velho. Agora que os roedores estavam satisfeitos eles voltaram lentamente para suas tocas.
— Eles já foram embora! Agora podemos ir! — disse Vivian alegremente.
— Obrigado por nos aceitar em sua casa tiozinho! — agradeceu Luke, logo em seguida percebendo que seu rival Stanley o esperava do lado de fora — Agora somos só nós dois, Stan.
— Eu aguardei muito tempo pra acabar com você em uma batalha. — respondeu ele.
— Vão gastar suas energias lutando? Melhor tomarem cuidado, os Bidoofs podem voltar! — sugeriu Vivian.
— Só permita-me ver a verdadeira força do pokémon desse otário, se é que ele tem um. — debochou Stanley.
— Ah, eu tenho sim cara, e tenho certeza que é melhor que o seu! Gible, vai! — disse Luke, lançando seu pequeno dragão. Stanley surpreendeu-se ao ver o pokémon que Luke havia conseguido, mas ainda tinha confiança que poderia vencer.
— Um Gible? Ora, aposto que o seu “papai” capturou pra você. Oh, você não consegue mesmo sair da sombra dos seus pais, não é? — provocou Stanley, vendo a raiva evidente no olhar de Luke — É uma escolha diferente, eu nunca vi um inicial como esse, mas ainda assim não pode ganhar do meu pokémon. Turtwig, vai!
— Tuuuu-tu-iiig!
Uma pequena tartaruga revelou-se de dentro da pokébola de Stanley, ela não parecia muito contente e tinha o mesmo olhar de revolta de seu treinador, mas ao contrário de Gible, parecia ter mais experiência. Com uma natureza corajosa, a pequena tartaruga encarava o dragãozinho que sentia-se intimidado. A pequena folha em sua cabeça erguia-se elegantemente com um verde vivo, sua concha estava úmida e parecia muito antiga, revelando que aquele pokémon era muito bem cuidado e saudável.
— Um Turtwig? Que droga, era para eu ter pegado esse pokémon, eu queria ele de inicial! — reclamou Luke.
— Atrasado como sempre Luke... No tempo da escola era eu que guardava lugar pra você no fundão. Se não, você teria que sentar lá na frente junto com os nerds! O dia todo sentado com os nerds conversando sobre cálculos químicos e matemáticos, eu sei que você adora isso!! — riu Stanley.
— Auuugh!! Os nerds não! Nem me fale de matemática cara, eu já estou comemorando que não preciso mais estudar essa porcaria! — gritou Luke — Realmente, aqueles eram bons tempos... A gente brincava e zuava a aula inteira, era engraçado... — suspirou Luke cabisbaixo.
— Verdade... — sussurrou Stanley como se lembrasse dos tempos em que eles eram bons amigos.
Os pokémons aguardavam as ordens de seus treinadores, mas eles foram interrompidos quando Lukas e Dawn surgiram do meio da densa floresta.
— Nossa, o que será que aconteceu com esses Bidoofs? Sorte que do nada eles foram embora... — disse Dawn ofegante.
— Luke!! Até que enfim encontramos você! Onde esteve? — disse Lukas aliviado, vendo Luke preparando-se para batalhar com alguém. — Ora essa, Stanley! O que faz por aqui?
— Jovem Lukas, como vai? — perguntou Stanley, educadamente. — Eu estava para acertar algumas contas com seu irmão, mas me parece que terá que ficar para depois... Bom, preciso ir, não quero que o Luke chegue antes de mim no ginásio de pedra, mas quero ver como seu pokémon irá virar-se no ginásio, uma vez que seu treinador não passa de um ignorante! — debochou ele. — Ainda nos veremos Luke... E eu garanto que da próxima vez, vou batalhar seriamente, hoje eu não estava em boas condições... Até logo, perdedor!
Stanley entrou na floresta com seu Turtwig e desapareceu em meio as folhas que caiam lentamente das grandes árvores. Luke continuava irado com o encontro com seu antigo amigo, mas por outro lado foi bom evitar aquela batalha, ele ainda não tinha seu Gible perfeitamente treinado.
— Luke, porque você desapareceu? Foi só nós sairmos por alguns minutos e você entrou sozinho na floresta!! — perguntou Lukas furioso.
— Eu desapareci?? Vocês que me deixaram lá!! Eu fiquei preocupado e fui procurar vocês!
— Nossas coisas estavam na sombra de uma árvore, atrás de onde você dormia... Nós te avisamos, mas você nem ouviu. — riu Dawn.
— Ah... Bom, o importante é que eu achei um monte de pokémons legais. — disse Luke animado.
— Sério? Conseguiu pegar algum?
— Não capturei nenhum... — respondeu ele decepcionado — Vocês vão ver, mesmo que eu demore vou capturar um pokémon fantástico!
— Sei, sei... — brincou Lukas — Falando nisso, eu percebi que você estava para batalhar com o Stanley.
— Ah, nem me fale do Stan. Esse cara consegue me irritar mais do que ninguém, como eu odeio ele. Eu odeio... — disse Luke, furioso.
— Vocês ainda estão brigados? Luke, acho que você deveria conversar com ele, vocês foram amigos por tanto tempo... Não vão deixar uma briguinha boba de escola acabar com essa amizade, não é? — disse Lukas, colocando sua mão sobre o ombro do irmão, que a retirou com força como alguém que não deseja ser tocado.
— Não foi uma briguinha boba, sou eu que sou um idiota... Eu só quero... que me deixem sozinho... Só por um tempo...
Luke afastou-se e foi em direção a um lago próximo da casa do velho. Vivian que estava observando a conversa foi até Lukas e Dawn para perguntar o que acontecera.
— Perdoem minha curiosidade, mas aquele garoto é seu irmão, não é? Pude perceber a extrema semelhança entre vocês dois. — afirmou Vivian — Meu nome é Vivian Chevalier, sou uma coordenadora pokémon!
— Sério? Parece que encontramos mais um coordenador então, o Lukas também quer se tornar coordenador! — disse Dawn alegremente.
— P-Prazer... — gaguejou Lukas, ficando um pouco envergonhado ao lado de Vivian.
— Heh, heh... — sorriu a garota, tentando disfarçar a risada quando ouviu Lukas gaguejando — O que há entre seu irmão e aquele rapaz loiro?
— O Stanley era o melhor amigo do Luke na escola. — explicou Lukas — Um dia eles brigaram por algum motivo... Eu não sei direito o que aconteceu, mas desde então eles nunca mais foram amigos...
— Hum, compreendo... — sorriu a menina — Obrigada por me contarem. Já que nós dois somos coordenadores acredito que nos encontraremos no torneio em Jubilife. Estarei esperando, quero vê-lo dando as caras por lá hein, mocinho!
— E-Espero que a gente se encontre por aí... — sorriu Lukas envergonhado.
— Ok! Também já estamos de partida! — disse Dawn contente.
— Até logo pessoal! Foi um prazer conhecê-los! — riu Vivian, indo despedir-se de Luke.
Já ficava tarde, o pôr do sol naquele lago era lindo. Alguns Budews refrescavam-se nas águas cristalinas do local, enquanto Goldeens e Poliwags faziam belas acrobacias nas águas da pequena lagoa. Muitas coisas estranhas ocorreram naquele dia, mas o acidente com os Bidoofs continuava inexplicável. O que será que acontecera nas planícies de Sinnoh para os pokémons agirem daquela forma? Isto é um mistério que apenas o tempo poderá revelar.
— Vamos lá Luke, tá na hora de continuar a jornada. — disse Lukas, sentando-se ao lado do irmão que permanecia sentado, observando o belo pôr-do-sol na lagoa.
— Eu me sinto tão mal quando eu encontro o Stanley... Acho que ele foi o único amigo verdadeiro que eu tive, e minha ignorância me fez perder essa amizade... Ele nunca me perdoaria pelo que eu fiz... — murmurou Luke.
— Olha, vocês devem ter tido um bom motivo para brigarem. Mas sabe, acho que algum dia você deveria tentar conversar com o Stanley. Só tente cara, vocês foram bons amigos pelo pouco tempo que se conheceram! Não deixe que uma briguinha acabe com isso Luke, não deixe. Uma amizade é o maior tesouro que você pode conquistar. — disse Lukas.
Luke olhou para o irmão e agradeceu as belas palavras, sua mente ainda estava confusa á respeito de Stanley, e ele sabia que aquela fora somente a primeira ocasião que ele se encontraram. O destino ainda faria os dois rivais se encontrarem várias vezes, e quando a chance chegasse, ele se desculparia.
Dawn, Luke e Lukas partiram rumo à Jubilife que já não estava mais tão longe, Lukas parece cada vez mais ansioso pelo contest que o esperava. Luke continuava chateado pelo encontro com Stan, mas por sorte ele podia contar com o apoio de Dawn e de seu irmão para horas difíceis. Muitas aventuras virão... E isso é apenas o começo... | |
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